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Soja deve tomar áreas de milho e pastagens de São Paulo

Produção deve atingir 60 milhões de toneladas na safra 2003/2004.

Da Redação 22/09/2003 – A produção brasileira de soja pode atingir 60 milhões de toneladas na safra 2003/04, segundo Flávio França Junior, da Safras & Mercado. Se confirmada, será um aumento de 15% sobre 2002/03. A avaliação foi feita no seminário “Perspectivas da Safra 2003/04 – Desafios e Restrições”, promovido pela Associação Brasileira de Marketing Rural, na sexta-feira.

Em seu último levantamento, realizado em julho, a consultoria estimava produção de 56,8 milhões de toneladas, com uma área 8% maior, para 9,57 milhões de hectares. “Com a recuperação nos preços em Chicago, existe a possibilidade de aumento de 10% na área”, disse França. Ele se refere à valorização de preços provocada pela quebra da safra americana. “A compra de insumos está atrasada este ano.” O fator limitante será a escassez de sementes, sobretudo no Mato Grosso, cuja produção foi prejudicada pela falta de chuvas.” A soja deve tomar espaço das áreas de pastagem e milho.

A produção de milho, segundo França, deverá ser de 39,293 milhões de toneladas, recuo de 4,2% sobre a safra passada, com uma área 7% menor.

A Safras trabalha com uma oferta de 41,026 milhões de toneladas para 2002/03, com uma diferença de 6 milhões sobre os números da Conab.
Segundo Paulo Molinari, analista da consultoria, os números da Safras têm como base os volumes de sementes vendidas. “Com os números divulgados pelo governo, o produtor que já estava em dúvida, vai partir para culturas mais remuneradoras.”

Segundo Cássio Camargo, da Associação Paulista dos Produtores de Sementes (APPS), o volume de sementes vendidas seria suficiente para uma safra de 29 milhões de toneladas.

Para arroz e algodão, a estimativa é de que a produção suba 15% e 17%, respectivamente.O bom momento da agricultura também se reflete nas indústrias de máquinas e insumos (adubos e defensivos), que prevêem aumento das vendas.

Segundo Ivan Wedekin, secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, o governo desenvolve, no momento, novos instrumentos para impulsionar o agronegócio. Além do seguro rural, discute a criação de contratos de opção, nos moldes do café e do milho, mas com o aval do setor privado. “Contratamos um funcionário do Banco Central para reformular o sistema de crédito rural.” (Raquel Landim e Mônica Scaramuzzo).