O plantio da soja segue como a cultura que mais cresce no País, em detrimento do cultivo do milho, e ao menor custo da lavoura por hectare, maior liquidez e resistência à estiagem. A expectativa para a produção de grãos da safra 2009/2010 pode alcançar 140 milhões de toneladas, 4% sobre o ciclo anterior ou cinco milhões de toneladas a mais. Esses números foram apresentados pelo ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Reinhold Stephanes, nesta terça-feira (8), no 3º levantamento realizado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
O estudo mostra que, se houver manutenção da área e condições climáticas favoráveis nas regiões de maior plantio, a soja deve chegar a 64,5 milhões de toneladas, número recorde e 12,9% maior que no ano passado, 57,16 milhões de toneladas. O feijão também apresenta números positivos para a primeira safra, apesar da redução do plantio. A colheita está projetada em 1,49 milhão de toneladas, sendo 10,6% maior e 142,6 mil toneladas a mais. A variação se deve à recuperação da produtividade, afetada pela estiagem no ano passado, principalmente no Paraná.
Stephanes informou que esse levantamento da Conab não levou em conta os efeitos da chuva nos estados, principalmente no Rio Grande do Sul, que teve diminuição de 100 mil hectares no cultivo, com 2% de queda na produção. “Todas as medidas para não interromper a produção foram adotadas, como a prorrogação de dívidas, concessão de créditos para replantio e aceleração do pagamento de seguro”, garantiu. Porém, o ministro advertiu sobre os problemas nas pontes, pontilhões e estradas. “A produção tem mecanismos para recuperação, mas o custo de estradas é muito grande”, diz.
Durante a apresentação, o ministro comentou sobre o pagamento dos lotes de café aos participantes do leilão de opções com vencimento em dezembro, que começou nessa segunda-feira (07/12). Até o momento foram entregues 740 mil sacas, do total de um milhão contratadas. Dessas, 400 mil já foram aprovadas, mas as demais estão em fase de avaliação. Ele explicou que aproximadamente 85% dos produtores estão exercendo as opções, mas nem todos apresentam a qualidade necessária. “Entramos na aquisição e os preços no mercado estão reagindo. As compras não deverão ser no nível que o governo tinha estimado”, finaliza.