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Soja e trigo acumulam alta recorde

Os preços subiram, registrando o maior ganho semanal do ano, os contratos têm entrega prevista para o mês de maio.

Redação (23/03/2009) – Os contratos de soja com vencimento em julho encerraram em alta de 0,96% na Bolsa de Chicago, cotados a 949 centavos de dólar por bushel. Na BM&FBovespa, os contratos com entrega prevista para maio fecharam negociados a US$ 21,47 a saca de 60 quilos. Os preços subiram, registrando o maior ganho semanal do ano, com a expectativa de que as ações do governo dos Estados Unidos para estimular o crescimento econômico vai beneficiar a procura por alimentos, ração e biocombustíveis.

Os contratos de trigo para julho fecharam em baixa de 0,92%, cotados a 562,50 centavos de dólar por bushel, na Bolsa de Chicago. Os preços caíram com a expectativa de que a chuva esperada para o Great Plains dos Estados Unidos (região central do país) ajude a melhorar as previsões da safra do país, o maior exportador mundial do grão. Os contratos de milho para julho fecharam inalterados na Bolsa de Chicago, cotados a 407 centavos de dólar por bushel. Na BM&FBovespa, os contratos para maio encerraram negociados a R$ 21,80 a saca de 60 quilos.

Influências exógenas

As commodities protagonizaram a semana de maior avanço dos últimos dois meses, uma vez que a queda recorde do dólar aumentou a demanda por matérias-primas como forma de proteger os investimentos da inflação.

O dólar registrou uma queda semanal recorde depois que o Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA) disse que deverá comprar US$ 300 bilhões em títulos governamentais e mais papéis referenciados em contratos de crédito imobiliário, o que deverá aumentar a disponibilidade de dólares.

"As commodities são a principal proteção contra a inflação", disse Anthony Ward, principal executivo da trading de commodities Armajaro Holdings Ltd. de Londres. "Com elas, você realmente tem uma coisa de que as pessoas precisam. No caso das ações, o problema causado pela inflação é que os seus custos sobem."

As commodities tinham despencado a partir de seu recorde, registrado em julho do ano passado, uma vez que a recessão mundial, a pior desde a Segunda Guerra, reduziu a demanda por matérias-primas, atenuando a pressão sobre a inflação. A inflação do índice dos preços no atacado da Alemanha desacelerou para 0,9 por cento em fevereiro a partir dos 2 por cento alcançados em janeiro, disse o Departamento Federal de Estatística do país.