Redação (26/09/2007) – Os produtores de soja do Centro-Oeste nunca venderam tanta soja antecipada como agora. Segundo a Agência Rural, 46% da safra 2007/2008 da região, que começa a ser plantada até o fim do mês, já está comprometida. No mesmo período de 2006, apenas 9% da soja da região foi vendida antecipadamente.
A comercialização está mais adiantada em Mato Grosso. Os dados da Agência Rural apontam que 50% da safra foi vendida antecipadamente, ante 11% registrados no mesmo período de 2006. Em Goiás e no Distrito Federal, os agricultores já venderam 43% da soja a ser colhida no próximo ano, aumento significativo em relação aos 8% de 2006/2007. Mato Grosso do Sul já vendeu 37% da safra 2007/2008, ante 6% do ano passado, segundo a Agência Rural.
Números conservadores – Um pouco mais conservadora, a consultoria Céleres estima que 32% da safra 2007/2008 do Centro-Oeste já tenha sido vendida. Pelas contas da Céleres, no mesmo período do ano passado o porcentual comprometido da safra era de 20%, um avanço de 12%.
Segundo os analistas da Céleres, Mato Grosso já negociou 36%, ante 23% do ano passado, enquanto Goiás comprometeu 30% da safra de soja, ante 16% no mesmo período de 2006. Tanto o Distrito Federal quanto Mato Grosso do Sul já negociaram 24% da safra 2007/2008, porcentuais superiores aos 16% e 18% registrados em igual período do ano passado, respectivamente.
Motivos – Apesar das divergências quanto aos porcentuais, as consultorias concordam que a comercialização está avançada e apontam dois motivos. O primeiro refere-se aos bons preços internacionais. "Na mesma época do ano passado, o bushel de soja era negociado por US$ 5,80. Atualmente, as cotações estão em US$ 9,70", afirma o diretor da Céleres, Anderson Galvão.
O segundo motivo é a necessidade de os produtores se capitalizarem para o plantio. Mais distantes dos portos e com um grau de endividamento superior ao dos produtores de outras regiões, os sojicultores do Centro-Oeste têm necessidade maior de captação. Como parte significativa da dívida foi prorrogada, o acesso ao crédito ficou mais restrito, forçando os agricultores a recorrerem às tradings.