Redação (19/11/2008)- A crise na economia mundial deixou a terra sem sementes, máquinas paradas e o agricultor sem rumo. “Esse ano vai ser difícil”, afirmou o agricultor Valdir Daniele.
Os produtores ficaram sem a principal fonte de crédito. As empresas de agronegócios este ano suspenderam os financiamentos. “Não é nem uma preocupação com taxa de juros, os setores estariam dispostos a pagar até a pagar juros mais alto no momento atual por conta dos recursos mais escassos. Mas, o que nós estamos vendo nesse momento é um quadro em que realmente não há oferta de crédito”, declarou exportador Paulo Fachin.
A escassez de recursos mexeu com as atividades na maioria das lavouras no cerrado maranhense: 80% dos produtores de soja dependem dos financiamentos das multinacionais americanas.
A resposta, por enquanto, para quem busca crédito é uma só. “Nós estamos aguardando e vamos esperar mais um pouquinho para ver o que vai acontecer com o dólar”, afirmou o agricultor Elinton Toniazzo
Os efeitos da crise atingiram primeiro o mercado de sementes: 20% dos pedidos para uma empresa já foram cancelados. “As empresas só vendem à vista. Se o agricultor não tiver dinheiro para chegar nas empresas que vendem adubo, ele simplesmente não consegue adubo. Ele sabe que sem adubo nem compensa plantar”, afirmou vendedor Márcio Galela.
O agricultor Elói Catani esperava semear 900 hectares. Só conseguiu financiar uma parte do plantio e ainda vai reduzir em 30% a aplicação de adubos. “vai interferir porque metade da área vai ficar sem plantar”, disse o agricultor.
Segundo estimativas da Conab, o Maranhão deve plantar 420 mil hectares de soja.