Redação (12/08/2008)- Soja, milho e petróleo bruto deverão puxar a recuperação das commodities até o final do ano, num momento em que os preços, em queda vertical desde 30 de junho, reconstituem a demanda por matérias-primas e alimentos, disse o Goldman Sachs.
A soja caiu 28% em relação ao recorde de 3 de julho e o milho recuou 35% desde seu pico, de 27 de junho, uma vez que o clima favorável elevou o potencial de produtividade das plantações norte-americanas depois que as enchentes de junho ameaçaram as plantações do Meio-Oeste do país, a principal região de cultivo desses grãos.
A recusa do Departamento de Agricultura dos EUA, em 30 de julho, em autorizar a exclusão de terras agricultáveis, sem ônus, dos programas de conservação, manterá a oferta apertada até pelo menos o início de 2010, disse o Goldman Sachs em relatório.
Os preços do milho caíram mais de 11% na Bolsa de Mercados Futuros de Chicago na semana passada, em sua sexta semana de queda. Os preços da soja caíram 14% na semana passada, na quinta semana seguida de retração. Os contratos futuros mais negociados dispararam para o recorde de US$ 16,3675 no dia 3 de julho.
O Goldman previu que os preços das commodities agrícolas vão subir 12% nos próximos 12 meses. É um prognóstico superior ao formulado anteriormente pela empresa, de 5%. Os preços dos combustíveis deverão ter elevação de 20%, mais do que os 10% calculados em projeção anterior.
Recuos no dia
Enquanto a recuperação não vem, ontem os preços das commodities recuaram. Indícios de desaceleração do crescimento mundial fizeram com que os contratos de petróleo bruto, ouro e prata registrassem quedas abruptas e precipitaram o Índice Standard & Poor"s GSCI de 24 matérias-primas em mercado baixista.
O Índice GSCI de commodities chegou a cair 1,2%, após recuar 22% em relação ao seu recorde de 893,859 pontos alcançado a 3 de julho, adentrando território baixista.
O indicador baixou para níveis inferiores à sua média móvel de 200 dias.
Os preços do petróleo bruto caíram 23% em relação ao seu recorde de US$ 147,27 o barril, em 11 de julho, em parte devido à retração da demanda por gasolina nos EUA.
O ouro recuou 20% desde março, quando alcançou sua maior cotação de todos os tempos. Milho, soja, trigo e cobre atravessam mercados baixistas em relação a seus recordes deste ano.
"Investidores estão embutindo nos preços um pouco de desaceleração", disse Walter Hellwig, co-gestor de US$ 30 bilhões em ativos do Morgan Asset Management, de Birmingham, no Alabama.
"Houve muito temor em relação à demanda por commodities, e agora temos níveis técnicos de sustentação mostrando problemas também", afirmou Hellwig.