Fonte CEPEA

Carregando cotações...

Ver cotações

Insumos

Soja no PR

Colheita da soja na região paranaense de Campo Mourão atingiu praticamente a metade, com bom desempenho.

Soja no PR

A colheita da soja na região de Campo Mourão atingiu praticamente a metade. As lavouras tiveram um bom desempenho e a produção nesta safra deverá ser 25,3% maior em comparação à passada, quando os agricultores enfrentaram problemas com a falta de chuva. Neste ano, com um clima mais favorável, a produtividade está alcançando uma média entre 125 e 127 sacas por alqueire, e a expectativa é de que feche com uma média de 130 sacas.

O agricultor Natalino Zavarizi está colhendo os 8,5 alqueires que plantou com a cultura. A produtividade deverá fechar em 120 sacas. Ele conta que a expectativa era de uma produtividade maior – aproximadamente 140 sacas por alqueires –, porém durante o ciclo teve um período de falta de chuva e sol forte que acabou afetando a lavoura. Zavarizi cita também que o clima chuvoso prejudicou o manejo correto para o controle das doenças. “Esses fatores podem ter influenciado para uma produtividade menor. Mesmo assim está sendo uma boa colheita”, analisa.

O produtor rural, Jaime Neitzke, tem previsão de fechar a colheita com uma produtividade média de 130 sacas por alqueire. “É uma boa média, mas se fechar com uma produtividade maior é melhor”, pondera. A colheita está no início e na área de 33 alqueires ainda existe uma parte de soja madurando. Ele revela que a produtividade é maior do que a do ano passado, quando colheu 115 sacas por alqueire.

Para prevenir que doenças, principalmente a ferrugem asiática, causassem prejuízo à lavoura, o agricultor teve que fazer três aplicações de fungicida. “O mesmo clima que é bom para o desenvolvimento das plantas, também favorece o ataque de doenças. As aplicações [fungicida] elevam o custo, mas se produzir bastante acaba compensando”, assinala Neitzke.

O que não tem animado muitos os produtores é o preço da soja. A saca está sendo comercializada a R$ 31,40 na região de Campo Mourão. De acordo com Zavarizi, com este preço sobra pouca coisa para o agricultor. “Os produtores estão abandonados. Falta uma política agrícola para país. O custo de produção está alto e na hora de vender o produto não tem preço. Hoje a saca deveria estar em pelo menos R$ 45 para o agricultor conseguir pagar as contas e sobrar alguma coisa.”

Jaime Neitzke também reclama do preço baixo. Ele observa que o valor está bem abaixo da expectativa. “A sorte é que a produção está sendo boa. Quando se produz bem acaba dando lucro”, ressalta.

Produtividade alta

Alguns produtores da região estão alcançando produtividades altas, acima dos 180 sacas por alqueire. O agricultor Sidnei Polato, de Rancho Alegre do Oeste, é um deles. A colheita na área de 62 alqueires de soja já foi finalizada e a produtividade fechou em uma média de 171 sacas por alqueires, sendo que em um lote de 4,5 alqueires ele colheu 194 sacas. Polato revela que o bom resultado é em função do clima favorável para o cultivo e também a assistência técnica que acompanhou desde a preparação para o plantio até a colheita.

Área plantada

A região de Campo Mourão plantou 591 mil hectares de soja. De acordo com o chefe regional da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento (Seab), Erikson Camargo Chandoha, a previsão é de que a produção feche em de 1,78 milhão de toneladas. No ano passado a produção foi de 1,33 milhão de toneladas.

Ele diz que a média de produtividade – 125 a 127 e podendo fechar em 130 sacas por alqueires – é uma das melhores dos últimos anos na região. “Não podemos afirmar ainda, pois tem lavouras em desenvolvido na região, porém tudo caminha para uma média histórica de produtividade.”

Chandoha diz que no geral o clima foi bom para a cultura. “Teve um período de dez a 12 dias de sol forte que afetou as lavouras mais precoces. Contudo, a safra está sendo boa.” Em relação ao preço, ele resume que a boa produtividade acaba compensando. “Uma coisa compensa a outra. Os agricultores devem entregar parte da produção para amortizar as dívidas e o que não comprometer esperar para uma venda melhor”, finaliza.