Nas próximas safras, o produtor de soja do Cerrado contará com uma variedade superprecoce adaptada às condições da região. O ciclo dessa planta será cerca de 30% menor que o das variedades atuais, ou seja, de 90 a 100 dias. A pesquisa, conduzida pela Embrapa Cerrados, Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), está em fase final de seleção das variedades, e as sementes devem estar disponíveis para o mercado em dois anos. “A grande vantagem é possibilitar ao produtor ter, no mesmo ano agrícola, duas culturas no campo. Isso é muito importante para o sistema produtivo”, destaca o pesquisador, que coordena a pesquisa de soja na Unidade, Sebastião Pedro da Silva Neto.
O pesquisador explica que o encurtamento do ciclo permite também que se minimize a ocorrência de insetos e fungos, já que a planta fica menos exposta, causando menos gasto com fungicidas. Ao utilizar as variedades de soja superprecoces, o produtor vai otimizando o uso de máquinas e equipamentos agrícolas, mão de obra e solo, que também será beneficiado com o adubo residual. “Sem esse tipo de alternativa, a agricultura no Cerrado fica menos competitiva, pois a margem de lucro está menor devido à elevação do custo dos fertilizantes e das tecnologias de produção em geral”, avalia.
Outra vantagem de se utilizarem as novas variedades de soja é que o produtor irá colher numa época diferenciada, o que lhe permitirá conseguir melhores preços, já que o produto estará mais valorizado no mercado.