A instabilidade no clima tem deixado muito agricultor confuso no Paraná. As plantadeiras mal são colocadas no campo e a chuva volta a cair, impossibilitando o trabalho.
Ano passado, nessa mesma época, toda a soja da região oeste já estava plantada. Hoje, parte dos produtores ainda espera um período de estiagem para terminar de semear as lavouras.
Com apenas metade da área semeada, não falta serviço na fazenda do agricultor Antônio Ceci. Serão 340 hectares plantados com soja. O clima não colabora.
Os funcionários chegaram a plantar durante a manhã, mas à tarde a chuva surpreendeu de novo. O resultado é a plantadeira parada no campo e o trabalho adiado mais uma vez. O jeito é cobrir a plantadeira com lona, guardar o trator na garagem e esperar o tempo passar.
Em pleno início de safra, o seu Ceci já teve prejuízo. Ele precisou replantar pelo menos 15 hectares, onde as sementes foram embora com o aguaceiro. “É prejuízo, perda de tempo, perda de dinheiro”, disse.
Quando a chuva dá trégua os produtores aproveitam. Os funcionários se revezam para não parar as máquinas nem no horário do almoço. Na região de Cascavel falta semear 5% das lavouras. No ano passado estava tudo pronto em outubro. O atraso na soja provoca um efeito cascata nas próximas lavouras.
“O atraso do plantio de soja vai ter consequência quando aquela intenção de plantio de milho safrinha naqueles produtores que geralmente não plantam milho normal e sim vão optar pelo milho safrinha”, explicou José Pértile, técnico agrícola da Secretaria de Agricultura do Paraná.