Redação (09/10/2008)- A suspeita de que o relatório do Usda, a ser divulgado ainda nesta semana, deverá rever para menos a sua estimativa em relação ao volume da produção de soja levou as cotações do produto à sua maior alta em duas semanas. A cotação do grão fechou ontem a 979,25, alta de 4% para os contratos com vencimento em janeiro.
Reação ainda maior ocorreu no mercado interno, motivada pela forte desvalorização do real. Ontem alguns analistas informaram que as grandes traders já ofereciam valores próximos de R$ 50 reais a saca, uma vez que precisam cumprir contratos de exportação.
Segundo o analista da AgraFNP, Aedson Pereira, por falta de justificativa para estimular a alta dos preços da soja, o mercado voltou a falar nas enchentes no meio-oeste americano em meados do ano, seguidas por uma prolongada seca. O clima adverso teria mesmo afetado a produtividade das lavouras americanas, o que havia sido negado pelo governo americano anteriormente.
A constatação ocorre no momento em que a safra de soja nos Estados Unidos já está praticamente colhida. A suposta seca teria ocorrido em agosto e provocado danos nas lavouras no meio-oeste americano. O rendimentos das plantações teriam caído mais do que o esperado por causa de enchentes em junho e de um período de seca em agosto.
Milho
O preço do milho caiu novamente, atingindo seu nível mais baixo em dez meses, devido às especulações de que os esforços dos bancos centrais dos Estados Unidos, Europa e China para reativar a economia mundial não alcançarão os seus objetivos.
As tentativas dos governos para recuperar a confiança no sistema bancário não conseguiram incentivar novos empréstimos uma vez que os mercados de ações tiveram seu pior desempenho em quatro anos e o índice Reuters/Jefferies CRB que avalia 19 commodities atingiu seu patamar mais baixo desde setembro de 2007.
O índice MSCI World de ações caiu 3,7% para seu nível mais baixo desde agosto de 2004. O índice GSCI da Standard & Poor que acompanha 24 matérias-primas recuou 3,4% em Nova York.