Da Redação 27/08/2003 – Após abrir em forte alta, os preços futuros da soja desabaram na bolsa de Chicago com a previsão das tão esperadas chuvas sobre as áreas produtoras dos Estados Unidos. Dessa forma, o contrato da soja para novembro, que chegou a ser negociado a 597 centavos de dólar o bushel, caiu 20 pontos e fechou a 576,50 centavos, em queda de 1,7% em relação ao pregão anterior.
Os preços subiram no início do dia repercutindo o relatório de condições das lavouras norte-americanas, divulgado na segunda-feira, após o fechamento do pregão. No levantamento, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) informou que 48% das plantações de soja estão em situação de boa a excelente, uma queda em relação aos 56% apurados no relatório da semana anterior.
“O mercado mudou de rumo a partir dos mapas meteorológicos”, diz Renato Sayeg, da Tetras Corretora. De acordo com o Global Weather Services (GWS), as temperaturas devem cair no Meio-Oeste norte-americano, e deve chover até o final desta semana, trazendo as tão necessárias chuvas para certas regiões dos cinturões da soja e do milho. Apesar disso, acredita-se que a umidade chegue tarde demais para algumas áreas, como o noroeste de Missouri, Kansas e Nebraska. As lavouras estão na fase crítica de enchimento de grãos. Sem umidade, os grãos perdem peso e a produtividade cai.
A montanha-russa de preços que se viu no grão também se repetiu no óleo e no farelo de soja. No óleo, as cotações também foram encorajadas pelo mercado firme de óleo de palma. Apesar disso, os futuros para outubro recuaram no final do dia e fecharam inalterados a 19,87 centavos de dólar a libra-peso. No farelo, a queda apurada foi de 1,8% no contrato para outubro, que encerrou o dia a US$ 183,20 a tonelada curta.
Mercado interno
No mercado interno, a comercialização andou ao sabor da bolsa de Chicago. “No início do dia de ontem, com os preços em alta, alguns produtores aproveitaram para vender parte da safra”, diz Odinéia Santos, analista da Safras & Mercados. Em Paranaguá, no Paraná, por exemplo, a saca de 60 quilos chegou a ser vendida entre R$ 40,70 e R$ 41 pela manhã. À tarde, com a queda em Chicago, os preços recuaram e encerraram o dia a R$ 40,20, inferior aos R$ 40,30 praticados no dia anterior. “Embora os preços estejam em bons patamares, o produtor brasileiro ainda reluta em vender sua safra. Por isso, a comercialização segue em ritmo muito lento”, diz Odinéia.
Em Rondonópolis (MT), a saca de soja foi cotada a R$ 34,50, abaixo dos R$ 34,90 do dia anterior.