Redação (07/04/2009) – Com a quebra da safra sul-americana, a produção mundial de soja vai ficar aquém do consumo na temporada 2008/09. De acordo com o departamento de agricultura dos Estados Unidos (USDA), serão 223,3 milhões de toneladas do grão, para um consumo estimado em 225,7 milhões. Estados Unidos (80,5 mi de t), Brasil (57 mi de t), Argentina (43 mi de t), China (16,8 mi de t), Índia (10 mi de t) e Paraguai (4 mi de t) são, nessa ordem, os principais produtores. No Brasil, a safra será 6% menor que o previsto incialmente pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Nos EUA, a colheita ficou 4,7% abaixo acima do previsto.
“Só não falta produto porque sobraram 53,2 milhões de toneladas de soja da safra passada (2007/08)”, diz o analista da Conab Eugênio Stefanelo. O impacto maior, explica, será nos estoques finais, que, com produção deficitária, serão reduzidos ao menor nível dos últimos quatro anos. Segundo o USDA, o cliclo 2008/09 vai terminar com um excedente de 50 milhões de toneladas da oleaginosa, o menor nível desde 2004/05. O rombo só não é maior porque enquanto a produção mundial cresce 1,1% ante o ano anterior, o consumo mundial recua 1,7%.
Na avaliação de Stefanelo, a retração da demanda é resultado da crise econômica internacional. A expectativa é que a economia mundial encolha em 2009, o que deve enxugar o comércio internacional de mercadorias, inclusive o de alimentos, ainda que em menor escala. A relação entre estoque e consumo permanece baixa, de 22, ou seja, o excedente de soja da safra 2008/09 será suficiente para suprir 81 dias de consumo durante a entressafra.
No Brasil, a combinação de safra menor e crise financeira tende a reduzir as exportações e o esmagamento de soja, segundo o analista da Conab. Para ele, as vendas externas, que no ano passado somaram 24,5 milhões de toneladas, cairão a 24 milhões neste ciclo.