Da Redação 14/03/2005 – Fernando Barreiro é produtor de sementes de soja há 20 anos. Esta é a primeira vez que não consegue qualidade para entregar o produto.Os grãos pequenos e verdes vão ter como destino o esmagamento da indústria. “Eu esperava entregar quatro mil sacas da semente e acabo entregando em torno de duas mil e quinhentas sacas”, diz Fernando.
Em fevereiro choveu um terço da média histórica nos últimos 30 anos. Aparentemente as plantações estão normais, mas ao se abrir o grão percebe-se que as sementes estão secas e não estão maduras.
O agrônomo José Roberto França Neto começou a colheita, mas sabe que o resultado não vai ser bom. Ele já calcula um desconto da indústria na hora da venda. “Estamos esperando de 33 a 35% de quebra na produtividade, mais os descontos de qualidade. A indústria não pagar o mesmo preço. A gente sabe disso.
A Embrapa-Soja recebeu amostras de várias regiões com o problema, ou seja, sojas verdes e também enrugadas. Segundo o pesquisador, a indústria produz menos óleo com a seja dessa maneira e o verde da clorofila compromete a qualidade. “A clorofila, a cor verde do grão passa pro óleo. O custo sobe para poder tirar esse ”verde”.
Uma saca de soja com 30% de grãos verdes sofre um desconto de, no mínimo, R$ 1,38.