Redação (08/05/06)- Os agricultores dos municípios do entorno da Floresta Nacional de Passo Fundo (RS) decidiram, mais uma vez, desafiar a legislação em vigor e plantar soja transgênica na safra 2006/2007, a exemplo do que ocorreu no último ano. A decisão, que contraria a lei ambiental, foi tomada numa assembléia realizada sábado (06) à tarde, em Mato Castelhano, pela Associação dos Produtores Rurais do Entorno da Floresta Nacional-Profloma.
A reunião contou com a participação de produtores rurais de sete municípios atingidos pela proibição do plantio de organismo geneticamente modificados, num raio de até 10 quilômetros do entorno da Floresta Nacional. Desde o ano passado, o setor negocia com o Ibama a adoção de um Termo de Ajustamento e de Conduta (TAC), que permita o plantio e a comercialização, mas ainda não houve uma posição final do governo federal. Apesar da proibição, a soja transgênica plantada na safra passada foi colhida e está sendo vendida, garante o assessor jurídico da Profloma, Ioberto Banunas. Os representantes do Ibama não foram localizados para manifestar-se.
Banunas diz que, nesse momento, a preocupação é acertar o TAC para garantir recursos oficiais para o custeio da safra 2006/07, já que os produtores estão proibidos de plantar transgênico no local, não tendo acesso aos recursos federais. Os agricultores consideram que, se deixassem de cultivar a soja transgênica, estariam inviabilizando suas propriedades, com sérias conseqüências para a economia dos sete municípios atingidos. Em troca da liberação do plantio, os produtores se propuseram a plantar uma araucária para cada hectare de soja transgênica cultivada na região. Na época, o Ibama sugeriu a redução gradativa de área.