Da Redação 17/08/2005 – O Estado de MT poderá registrar queda de R$ 1 bilhão na sua arrecadação caso se confirme a redução da área plantada de soja entre 10% e 15% na próxima safra. O alerta foi feito ontem pelo presidente da Associação dos Produtores de Soja do Estado (Aprosoja), Rogério Salles, que participou ao lado dos demais representantes do setor do agronegócio, da primeira reunião com o secretário recém empossado, de Desenvolvimento Rural, Cloves Vettorato.
A reunião teve o objetivo de definir parcerias com a Seder, com o propósito de unificar e planejar ações conjuntas para fortalecer o agronegócio no Estado.
O secretário de Estado de Fazenda, Waldir Teis, informou por meio de sua assessoria, que só vai se posicionar sobre o assunto quando ver os números e fizer as contas. A Sefaz tem um trabalho constante de projeção e análise de receita, que comprovada a estimativa, será diagnosticada com antecedência pela Secretaria.
Durante a reunião, representantes da cadeia produtiva de Mato Grosso expuseram a preocupação do setor em relação à crise vivida atualmente pelo setor. Defasagem cambial, aumento dos custos de produção e queda dos preços das principais commodities foram o foco das reclamações dos produtores.
Salles foi contundente ao afirmar que o agronegócio passa por momentos de extrema dificuldade e corre o risco de impor fortes perdas à receita do Estado. Com a redução da área plantada com a oleaginosa, Mato Grosso pode deixar de faturar R$ 5 bilhões com o agronegócio e, o Estado, R$ 1 bilhão com a arrecadação, alerta.
Hoje, é quase impossível plantar em função do represamento da aquisição de insumos, completa o produtor Álvaro Salles, com lavouras nas regiões de Rondonópolis e Campo Verde. Ele estima que a queda na área plantada de algodão poderá ficar entre 30% e 40% e de soja em 10%.
No encontro de ontem, ficou definido que toda a cadeia produtiva do Estado irá definir ações de cada setor em conjunto. O Estado, por sua vez, irá intermediar as negociações com o governo Federal, visando buscar acordos que viabilizem a retomada do agronegócio em Mato Grosso. “Sentimos a disposição dos produtores para estarmos juntos e discutindo ações pontuais de cada cadeia e interesse de todos onde a Seder conta com o apoio da Famato nos temas gerais como crédito e tudo que for de interesse do agronegócio”, disse Vettorato.
De acordo com o secretário, serão agendadas com antecedência, até o final do ano, reuniões com representantes do setor produtivo para discutir e encontrar soluções para a crise que afeta o campo. Vettorato ouviu as reivindicações de cada setor produtivo e reiterou apoio do governo para intermediar e dialogar com o setor, agentes financeiros e fornecedores de agroquímicos e fertilizantes. “Cada segmento tem as suas particularidades e cada segmento sabe as suas necessidades que precisam ser discutidas para avançar”, aponta.
O presidente da Aprosoja lembrou que o momento é de união de todos os setores e parcerias para reivindicar apoio necessário para manter nos trilhos a locomotiva do carro-chefe da econômica de Mato Grosso: o agronegócio.
“O time que assumiu a Seder está à altura para que nesse momento de crise a gente possa achar uma luz no fim do túnel”, afirma Salles.