Da Redação 04/04/2005 – O milho e a pecuária do Rio Grande do Sul vêm perdendo espaço para a soja nos últimos anos. A informação é do economista Martinho Roberto Lazzari, do Núcleo de Estudos Agrários da Fundação de Economia e Estatística, publicada na edição de março da Carta de Conjuntura FEE. A análise ressalta que entre os anos de 2001 a 2003 houve um acréscimo de 615 mil hectares em novas plantações da soja no Estado.
Como o Estado não possui novas áreas a serem incorporadas, esse aumento se deu em locais antes destinados a outros segmentos de produção agropecuária e foi gerado pelas excepcionais condições do mercado brasileiro.
Segundo o economista da FEE, das 12 microrregiões que apresentaram as maiores variações de área plantada de soja, seis são consideradas regiões tradicionais de produção, como os casos de Cruz alta, Passo Fundo, Santo Ângelo, Ijuí, Carazinho e Erechim.
Nessas regiões o acréscimo de áreas da oleaginosa deu-se a partir da diminuição da área destinada a outras culturas, notadamente a do milho.
Martinho Lazzari informou que a soja também se alastrou para microrregiões não tradicionais em seu cultivo, situadas mais ao sul do Estado, como Santiago, Campanha Ocidental, Santa Maria, Vacaria, Cachoeira do Sul e Campanha Central, zonas que se destacam muito mais pela pecuária e pela produção de arroz.
Somente essas seis microrregiões responderam por 43% do crescimento da área de soja no Rio Grande do Sul disse, o economista, concluindo que como nesse caso não houve grande incorporação de áreas antes destinadas ao milho, “o que deve ter ocorrido foi um avanço da soja sobre campos antes utilizados para a pecuária, uma vez que as plantações de arroz não sofreram perdas de áreas”.