Redação AI 08/08/2002 – Os produtores paulistas de frangos estão substituindo o uso do milho pelo do sorgo e milheto na alimentação dos animais para conseguir manter os custos estáveis e garantir algum tipo de margem de lucro. O milho é responsável por 75% dos custos na produção de aves.
Em janeiro deste ano, a saca com 60 quilos de milho custava R$ 9. Agora, essa mesma saca é comprada por R$ 18, o que significa um aumento de 100% nos preços.
Já o preço do sorgo está fixado este mês em R$ 12,50. A cotação da saca do produto vem se mantendo estável desde o início deste ano, o que é uma vantagem para os produtores de aves.
A maior região produtora do País está no centro-oeste, em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. A estimativa de safra para 2001/02 é de 1,8 milhão de toneladas. O Paraná é um dos estados produtores da região Sul. A previsão para a safra 2000/01 é de 16,7 mil toneladas. São Paulo tem uma produção inexpressiva quanto ao sorgo.
Além da questão do milho, a crise na avicultura reflete um certo amadorismo em termos de acerto entre oferta e demanda.
Na expectativa de um ano parecido com o de 2001 -em que os embarques foram recorde em receita-, a maioria dos produtores acabou produzindo muito além da demanda.
Com o fim da crise sanitária na Europa e estoques altos no Oriente Médio e Ásia, a receita com exportações de frango encolheu 8,97% no primeiro semestre de 2002 em relação a igual período do ano passado, somando US$ 586,8 milhões, frustando as expectativas do setor avícola e gerando supeoferta interna do produto.
Com isso, o preço do frango abatido, de janeiro até julho deste ano, registra uma queda de 13,3%, passando de R$ 1,50 para R$ 1,30. Já os custos ficaram estáveis.
Segundo o presidente da Associação Paulista dos Criadores de Frango (ABCF), Célio Terra, para equilibrar a oferta, a entidade está propondo uma redução de 8% no alojamento dos frangos até o final do ano.
“Já estamos na metade desse processo. Quando o tivermos completado, acreditamos que o preço do frango seja elevado para cerca de R$ 1,65 o quilo abatido”, afirmou o executivo.
Outro fator que está elevando o custo com o frango é a elevação do câmbio do dólar: a avicultura consome vitaminas e aminoácidos importados, utilizados para promover o desenvolvimento das aves.
Segundo Terra, a produção de ovos está conseguindo manter a relação custo-produção em níveis bons de lucratividade.
A avicultura de corte paulista responde por 20% do total brasileiro. Em termos de ovos, São Paulo é o maior do País.