Redação (24/10/06) – A estimativa é da Associação dos Produtores de Sementes do Estado (Aprosmat, com sede em Rondonópolis, 210 quilômetros ao Sul de Cuiabá).
Em Mato Grosso, a plantação da soja Roundap Read (RR), única variedade liberada comercialmente, vai responder por entre 20% e 25% da área estimada. Isto significa que a tecnologia vai ser utilizada em uma área que varia de 1 milhão a 1,3 milhão de hectares (ha) no Estado.
O cálculo foi feito com base na área plantada com a oleaginosa, que será de 5,007 milhões a 5,184 milhões/ha, conforme a primeira estimativa de intenção de plantio da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
O presidente da Aprosmat, Elton Hamer, destaca que na porção Sul o plantio da variedade transgênica será acima da média do Estado porque foi esta a região que introduziu a tecnologia em Mato Grosso, há pouco mais de duas safras.
Segundo ele, a região Sul de Mato Grosso possui know-how (conhecimento) no cultivo de soja transgênica. Além disso, não existe limitação na comercialização por parte das tradings. Já ao Norte, muitos agricultores ficam inseguros em plantar por não saber se conseguirão vender a produção. Em Primavera do Leste (123 km de Rondonópolis) a soja transgênica deverá chegar a 50% do total, conforme o presidente do Sindicato Rural do Município, José Nardes.
De acordo com Nardes, que também é o vice-presidente da Associação dos Produtores de Soja do Estado (Aprosoja/MT) para o Sul do Estado, a soja RR proporciona uma redução de 20% nos custos de produção em relação a uma variedade convencional. Ele conta que o uso da variedade resulta em economia na aplicação de agroquímicos, especialmente herbicidas. O corte nas despesas com os agrotóxicos para o controle de ervas daninhas é de aproximadamente 50%.
Com a utilização da variedade transgênica é necessário fazer uma única aplicação de herbicida. Já se fosse usada uma cultivar convencional, haveria necessidade de realizar de duas a três pulverizações para se obter um resultado satisfatório — com controle do mato nas lavouras. O sindicalista garante ainda que a soja transgênica faz com que seja possível a otimização do maquinário agrícola, devido à maior facilidade na operacionalização. É possível atingir uma área maior usando o mesmo maquinário, reforça.
Nardes ressalta que a soja transgênica também possibilita o maior controle da ferrugem asiática, fungo que ataca as lavouras de soja. Em média, a necessidade de aplicação de fungicida cai pela metade em áreas de plantio de soja RR. O presidente do Sindicato Rural de Primavera do Leste acredita que nesta safra será necessário fazer duas aplicações de fungicida contra a média de quatro pulverizações realizadas na última safra.
Ele explica que, como o uso da variedade transgênica é possível combater 100% das ervas daninhas, realizar o plantio da lavoura usando menos sementes por metro quadrado. Isto facilita a ventilação na plantação, reduzindo a ocorrência da doença. O glifosato [herbicida usado sobre as plantações de soja RR para controlar as ervas daninhas] também apresenta uma pequena ação no controle da ferrugem, frisa.