Os analistas do banco Societe Generale aumentaram suas previsões para os preços dos grãos até 2012, alertando para as severas baixas que as safras tiveram neste ano e afirmando que deverá levar mais de uma temporada para a recuperação dos estoques.
De acordo com a estimativa do banco, o rally dos grãos deverá se aquecer no primeiro trimestre do ano que vem diante de estoques apertados. Segundo os cálculos, poderá ser registrada a menor reserva de milho nos Estados Unidos em 40 anos – 3,2 milhões de toneladas no fechamento do ciclo 2010/11, e isso forçará os compradores a continuarem comprando, o que servirá como suporte aos preços.
Entretanto, o pico do rally será muito mais alto do que o previsto em seu último relatório de commodities.
O Societe Generale aumentou em 13% sua previsão para o preço médio do trigo na Bolsa de Chicago – US$7,70/bushel – nos primeiros três meses de 2011. Para o milho, a alta prevista é de 27% – US$6,60/bushel – e para a soja, 30% alcançando os US$13,60/bushel, ambos também na CBOT.
Além disso, o estudo estima que os futuros não irão entrar em colapso com o pico do rally, como o pós-alta dos preços em 2008, mas sim entrar em um declínio “moderado”, onde o trigo, em Chicago, continuará próximo aos US$7 pelo resto do ano.
Enquanto as altas cotações podem repercurtir em um aumento na produção, “não será suficiente para repor os estoques à níveis adequados”, diz o relatório. O constante crescimento da demanda global por grãos irá requerer um extra de 30 a 40 milhões de toneladas na produção para atender a procura.
“No total, a produção mundial de grão deverá aumentar cerca de 100 milhões de toneladas e alcançar o volume recorde de 1,80 bilhão de toneladas”.
Essa tendência de alta estimada pela Societe Generale é reflexo, em parte, de expectativas de quebras nas safras 2010/11 por conta do La Niña, fenômeno que vem promovendo a seca em partes da América do Sul e que deve atingir seriamente as lavouras brasileiras de soja.