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Grãos

TESC inaugura estrutura para exportação de grãos em São Francisco do Sul (SC)

Companhia investiu R$ 250 milhões no projeto

TESC inaugura estrutura para exportação de grãos em São Francisco do Sul (SC)

O Terminal Portuário Santa Catarina (TESC), situado no Porto de São Francisco do Sul (SC), inaugurou recentemente um novo cais dedicado exclusivamente à movimentação de grãos, como soja e milho. A empresa investiu um total de R$ 250 milhões nessa estrutura, utilizando tanto recursos próprios quanto capital adquirido no mercado.

O berço foi construído em um período de 18 meses e, uma vez operando em sua capacidade máxima, prevista para 2025, terá a capacidade de movimentar 2,5 milhões de toneladas por ano. No entanto, a empresa acredita ser possível atingir essa marca antes, dependendo da produção agrícola e da demanda logística.

No segundo semestre, o berço de grãos do TESC já deverá movimentar cerca de 1 milhão de toneladas, afirma Frederico Humberg, presidente do conselho de administração do TESC e CEO da Agribrasil, trading de grãos que é a principal acionista do terminal. O TESC é o primeiro investimento que a Agribrasil faz em ativos próprios de infraestrutura.

Os planos são ainda mais ambiciosos: movimentar 7 milhões de toneladas anuais, o que dependerá de projetos futuros, como a ampliação da capacidade de armazenagem e de recebimento de grãos. A expansão adicional exigiria investimentos adicionais de R$ 100 milhões a R$ 150 milhões.

O pátio de triagem tem 160 vagas, com espaço para classificar produtos e cadastrar acesso. A estrutura de recebimento conta com dois tombadores para caminhões de até 30 metros e capacidade de 10 mil toneladas por dia. A capacidade estática é de 90 mil toneladas de grãos, distribuída em três silos, e o sistema de embarque pode movimentar até 2 mil toneladas por hora, carregando navios Panamax, que transportam até 70 mil toneladas de soja.

Nos próximos anos, a estrutura deverá se tornar o principal vetor de resultados da companhia, afirma o diretor presidente do TESC, Paulo Capriolli. “O mercado de grãos é muito forte no Brasil, a Região Sul é muito forte nisso e carente de investimentos”, diz. O executivo afirma que uma mudança na legislação, que ocorreu em 2013, abriu a possibilidade de se construir terminais especializados. Com estruturas maiores, as operações de contêiner acabaram migrando para os portos de Itapoá e Navegantes.

No TESC, a última movimentação desse tipo aconteceu em 2016. “Tínhamos limitação de área para um terminal de contêiner. Fizemos o investimento e perdemos. Então, tivemos que fazer um trabalho de reestruturação”, conta.

O plano incluiu venda de ativos, readequação de custos e investimento em serviços. O berço de atracação com estrutura para granéis agrícolas faz parte desse processo, como contrapartida para a renovação antecipada do contrato de arrendamento com a administração portuária, que expiraria em 2021 e foi prorrogado até 2046. O TESC é arrendatário no porto de São Francisco do Sul, operando uma estrutura privada dentro da área pública.

A empresa começou suas atividades em 1996, com madeira. Depois, passou a receber outras cargas, como produtos de siderurgia e fertilizantes. Em 2003, a empresa passou a movimentar contêineres, e, entre 2007 e 2010, fez investimentos para atender a demanda por navios maiores.

Nos outros dois berços de atracação, o TESC segue operando com cargas gerais, material para siderurgia e fertilizantes. Humberg considera, no entanto, que, a depender da demanda, seria possível adaptar um segundo berço de atracação para operações com cargas de grãos, o que, no futuro, permitiria movimentar até 14 milhões de toneladas no local.