“A preocupação da Câmara é buscar um equilíbrio entre os tipos de transportes e investir mais em hidrovias, o que não significa abandonar as estradas. O transporte hidroviário é mais barato e mais recomendado pelas questões ambientais”. A declaração é do diretor de Infraestrutura e Logística do Ministério da Agricultura, Biramar Nunes de Lima, que participou da reunião da câmara temática, na última terça-feira (28/07), em Brasília.
Durante a reunião, foi analisada a situação das principais hidrovias brasileiras, mostrando que as condições territoriais do País permitiriam a realização de 30% do transporte de grãos pelo sistema. Atualmente, 60% são escoados por rodovias, 25% por ferrovias e 13% por hidrovias. A previsão é que o equilíbrio ocorra em 2025, com maior volume de investimentos em hidrovias.
Segundo o diretor, o próximo balanço do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) deve contemplar mais hidrovias. A eclusa de Tucuruí, na hidrovia Araguaia-Tocantins, que estará disponível em julho de 2010, contou com recursos do PAC. Na hidrovia do Rio Paraguai, foram aplicados R$ 20 milhões do PAC em drenagem, manutenção e recuperação das margens.
Para escoar a produção do Centro-Norte, o governo federal e o estado do Pará firmaram convênio para a construção do Terminal Hidroviário de Marabá, por meio do Porto de Vila do Conde, em Barcarena (PA)..
Já a hidrovia Tietê-Paraná terá o trecho navegável ampliado de 800 para dois mil quilômetros e a capacidade vai passar de cinco mil para 30 milhões de toneladas. A ligação de Salto (SP) com o Porto de Santos também deve crescer 200 quilômetros. As regiões norte e nordeste de Mato Grosso e centro-sul do Pará, na hidrovia Teles Pires-Tapajós, serão favorecidas com a construção de cinco eclusas no rio Teles Pires, aumentando os atuais 300 para 1500 quilômetros.