Fonte CEPEA

Carregando cotações...

Ver cotações

Transporte mais caro

<p>A safra 2005 já começa a rodar pelas estradas. O frete mais caro e o preço da soja em baixa estão deixando os produtores preocupados.</p>

Da Redação 24/01/2005 – A maior parte dos produtores de Mato Grosso colhe a soja no começo de fevereiro. Em Tangará da Serra a expectativa é de uma boa safra porém os produtores estão apreensivos.O agricultor Rui Wolfhart ainda não negociou as sacas de soja da propriedade e se preocupa com o preço. “Os custos da produção se elevaram de maneira desmesurada e as perspectivas de comercialização com o dólar fraco são muito ruins para o setor”, diz ele.

Além da negociação da soja estar totalmente parada, outra preocupação do produtor rural é com o escoamento da safra. Em 2004, para levar um caminhão com 40 toneladas de soja de Tangará da Serra até o porto de Santos, o custo para o produtor foi de R$ 5,6 mil. Esse ano é de R$ 6 mil, aumento de 7%.

Segundo o presidente do sindicato dos proprietários de caminhões de Tangará, o grande responsável por essa alta é o óleo diesel. “O consumo dele é aproximadamente 60% do valor do frete”, diz ele.

A manutenção dos veículos também está mais cara. “Nós pagamos até R$ 1,2 mil, agora está R$ 1,5 mil. Um remendo de pneu no ano passado custava R$ 7, R$ 8. Agora é R$ 10, 12. Mecânica também subiu”, diz Pedro Fernandes, dono de caminhão.

Muitas rodovias em Mato Grosso estão em péssimas condições como a estrada Nova Fronteira, principal via de acesso a Sapezal, importante região produtora de grãos do Mato Grosso, onde é comum centenas de caminhões passarem dias atolados.

Para sanar essa situação, há dois anos associações de produtores firmaram consórcios com o governo do estado para recuperar as rodovias, mas, segundo o presidente do sindicato dos transportadores, essas melhorias ainda não foram suficientes para diminuir o preço do frete.

“Claro que as estradas melhoraram bastante, mas como o combustível é muito caro se tornou difícil diminuir o valor do frete”, diz Augusto Laurini, presidente do Sindicato dos donos de caminhões de Tangará da Serra MT.

As associações de produtores já assinaram 17 convênios com o governo de Mato Grosso, o que resultou na pavimentação de 802 quilômetros de estradas.