Fonte CEPEA

Carregando cotações...

Ver cotações

Insumos

Trigo bloqueado nos portos argentinos chega a 550 mil t

A fonte pediu para não ser identificada.

Trigo bloqueado nos portos argentinos chega a 550 mil t

A fila de navios com trigo aguardando liberação nos portos da Argentina chega ao equivalente a 550 mil toneladas, colaborando para a elevação dos preços no Brasil, principal comprador do cereal argentino, disse na quarta-feira um importante industrial.

“Não houve nenhum embarque da safra nova”, disse à Reuters Lawrence Pih, um dos principais empresários do setor e integrante do conselho da associação da indústria brasileira (Abitrigo).

Os embarques podem ser retomados nas próximas horas, disse uma fonte do setor de exportação na Argentina, uma vez que o bloqueio informal realizado pelo governo foi retirado, com a liberação de papeis necessários para a saída dos navios.

A fonte pediu para não ser identificada.

Os embarques do produto estão parados desde o dia 5 de dezembro, e segundo Pih não houve até agora nenhuma explicação das autoridades argentinas sobre as restrições aos embarques.

“O mercado não está entendo, mesmo porque estamos no auge da colheita (na Argentina)”, disse ele.

O executivo diz que mesmo que ocorram liberações a partir do dia 15, quando as licenças de exportação da nova temporada entram em vigência, já há impacto para os custos dos moinhos brasileiros.

O Brasil está encerrando uma safra menor que a de 2011, em função de redução de área plantada e chuvas.

Há vendedores pedindo até 800 reais por tonelada no norte do Paraná, disse um corretor de trigo da região.

“Há uma situação cômoda, o vendedor está aguardando mercado”, disse ele, lembrando que a falta de trigo de qualidade no Uruguai e restrições às vendas no Paraguai são outros fatores que reduzem a oferta no mercado brasileiro. “É difícil achar lotes no mercado porque alguns produtores não querem fazer fixação de preços.”

Os preços do trigo medidos pela Cepea no norte do Paraná registraram aumento de quase 13 por cento desde o início de novembro.

Segundo Lawrence Pih, a conjuntura de restrições aos embarques na Argentina e alta nos preços preocupa as indústrias, já que será difícil repassar todas as elevações de custos ao preço da farinha.

“Dependendo do momento que você calcula, pode ser 80 por cento de aumento de custo”, completou ele, citando também o aumento da cotação do dólar e a possibilidade de haver compras de países de fora do Mercosul, com incidência maior de impostos.

O mercado já trabalha com a possibilidade de que a Argentina vá autorizar a exportação de 4,5 milhões de toneladas da safra atual, ante as 6 milhões de toneladas previstas anteriormente.