A retomada das exportações de trigo da Rússia, suspensas desde julho de 2010 em razão da forte seca que derrubou sua produção na temporada passada (2010/11), deverá render ao país um domínio global considerável nesse mercado nos próximos meses, sobretudo por conta dos baixos preços praticados atualmente.
Conforme analistas, o trigo russo está sendo vendido a valores de 30% a 40% mais baixos que o produto americano ou europeu. Com oferta disponível e descontos, as exportações do país saíram do zero em junho e alcançaram 2 milhões de toneladas em julho. A expectativa é que o volume alcance 3,5 milhões de toneladas em agosto.
Claus Keller, da consultoria alemã FO Licht, realça que o trigo da Rússia já predomina no Oriente Médio e poderá ganhar mais espaço também na Ásia.
A escalada russa, que já tirou espaço da Austrália no mercado, conta com a “ajuda” das barreiras às exportações impostas pelo governo da Argentina, principal fornecedor do Brasil, outro grande importador. Com as travas, muitos produtores argentinos estão trocando o trigo pelo plantio de cevada, que poderá crescer 30% no ciclo 2011/12 e se aproximar de 4 milhões de toneladas. A China já manifestou interesse em importar.