Redação (12/12/2008)- Uma menor exportação de milho pelos Estados Unidos e também um recuo na produção de etanol contribuíram para fazer com que o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (Usda) aumentasse em 12,45% a previsão de estoques do grão. A notícia, de viés baixista, no entanto, não provocou queda nas cotações do milho, que foram sustentadas pela alta do petróleo (ver coluna de commodities ao lado).
Os estoques de milho mundiais, previstos no relatório de novembro em 110,12 milhões de toneladas foram elevados para 123,83 milhões de toneladas no relatório de ontem. Leonardo Menezes, analista da Céleres Consultoria, explica que a razão para a forte elevação desse indicador está na expectativa de que haverá redução das exportações de milho a partir dos Estados Unidos e também de produção de etanol no país. "Houve também um ajuste na produção em 4 milhões de toneladas", acrescenta Menezes.
Nos Estados Unidos, o preço da gasolina está mais competitivo do que o do álcool desde meados de outubro. Na última quarta-feira, o galão encerrou o pregão na New York Mercantile Exchange (Nymex) em US$ 0,96, 33% menos do que a cotação do álcool, que fechou o mesmo dia na Bolsa de Chicago (CBOT) em US$ 1,45 o galão.
"Os preços da gasolina caíram muito e está muito difícil para as usinas americanas obterem lucro. Há uma mistura mandatória e, por isso, não se deixará de produzir, mas o volume adicional que estava sendo produzido deve recuar", acredita Miguel Biegai Júnior, analista da Safras & Mercado.
No caso da soja, segundo Menezes, não houve alteração no relatório do Usda que surpreendesse o mercado. Houve um leve recuo (de 0,46%) na projeção de produção mundial, que caiu de 235,74 milhões de toneladas para 234,65 milhões de toneladas. Pesou nessa redução para soja a redução de 1 milhão de toneladas para a produção da oleaginosa no Brasil.