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Uso de semioquímicos

Utilização de feromônios sexuais pode ser uma aternativa promissora no monitoramento e controle de insetos-praga.

Uso de semioquímicos

A utilização de agrotóxicos foi por muito tempo um dos únicos recursos da agricultora no controle de pragas. Durante a 2ª Guerra Mundial pesquisas direcionadas a fabricação de armas químicas a partir de compostos organofosforados e organoclorados permitiram a criação de diversos agrotóxicos como o DDT – o primeiro pesticida da era moderna. No entanto, a colossal aplicação desses compostos tem causado conseqüências negativas ao ambiente, inclusive à saúde humana.

O desaparecimento de algumas espécies de insetos úteis e, conseqüentemente, a aparição de novas pragas são resultados do uso descontrolado desses produtos. Muitas espécies de insetos tornaram-se resistentes a certos pesticidas, o que levou à busca de novos compostos de maior seletividade.

Em 2000, segundo dados do Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (SINITOX – Casos Registrados de Intoxicação Humana e Envenenamento. Fundação Oswaldo Cruz), os pesticidas de uso agrícola foram responsáveis por 7% das intoxicações e 37% dos óbitos por intoxicações.

Com o objetivo de minimizar os danos ocasionados por agrotóxicos, inúmeros estudos têm buscado técnicas isentas de produtos nocivos ao ambiente que possam ser aplicadas nos programas de Manejo Integrado de Pragas (MIP).

O emprego de semioquímicos nessa atividade tem sido destaque nos últimos anos, em especial os feromônios sexuais. Estas substâncias químicas utilizadas para a comunicação entre os seres vivos, como nos insetos, pode ser uma alternativa promissora no monitoramento e controle de insetos-praga.

Atualmente, centenas de feromônios já foram isolados e identificados, com estruturas que vão desde hidrocarbonetos de estrutura simples, até compostos polifuncionais mais complexos.
Os feromônios sexuais são os de maior interesse para a agricultura, já que possibilitam o controle das populações de insetos que acometem as plantações. Uma vez identificado, o feromônio pode ser produzido sinteticamente, servindo de isca, nas lavouras, para atrair e capturar insetos em armadilhas previamente preparadas.

O uso de semioquímicos no controle de pragas está se tornando uma importante ferramenta para a agricultura. Essa técnica tem demonstrado uma alternativa em potencial no monitoramente de insetos. A exemplo disso temos o controle da lagarta rosada, em Israel. Uma armadilha com 2 mg de feromônio sexual Gossyplure é suficiente para monitorar 5 ha (50.000m2) por um mês.

Além de caracterizar uma tecnologia limpa e ecológica é economicamente racional.

Thiago H. B. Corrêa
Graduando em Química – Licenciatura pela Universidade Metodista de Piracicaba. Atualmente integra o Grupo de Pesquisa “Antioxidantes Sintéticos e Naturais” e a equipe do Núcleo de Estudos e Programas em Educação Popular no projeto “Educação de Jovens e Adultos nas Áreas de Agricultura Familiar”. Professor Titular de Química da Escola Estadual Barão do Rio Branco – Piracicaba/SP. Possui trabalhos publicados na área de Educação, em linhas de pesquisa relacionadas à Processo de Ensino-Aprendizagem em Ciências. Tem experiência na área de Bioquímica, com ênfase em Química de Produtos Naturais