A Guerra entre Rússia e Ucrânia tem entre seus efeitos colaterais a forte escalada de preços dos fertilizantes. Os preços já vinham em tendência de alta global por questões logísticas e geopolíticas e pela alta demanda de mercado, mas foi fortemente acelerado pelo conflito.
Um sinal de alerta foi ligado por parte de produtores rurais e do governo brasileiro, uma vez que o país é o quarto maior consumidor de fertilizantes do planeta, ficando atrás somente dos EUA, Índia e China.
A diferença é que enquanto esses países produzem boa parte dos fertilizantes que consomem, o Brasil importou em 2021 quase 85% de sua demanda. A Rússia respondeu por 98% do nitrato de amônio e 28% do potássio que desembarcam em terras brasileiras no último ano, e Belarus, por 19% deste último (Secretaria Especial de Assuntos Estratégicos, Plano Nacional de Fertilizantes 2050). Ou seja, os riscos associados ao fornecimento de fertilizantes representam risco também à segurança alimentar mundial, já que o país é hoje um dos principais exportadores de commodities agrícolas que estão envolvidas na cadeia de produção de alimentos.
Os elementos nitrogênio (N), fósforo (P) e potássio (K) têm sua importância, pois são os macronutrientes que as plantas mais necessitam para o seu crescimento e que misturados compõem as fórmulas NPK. Em relação às porcentagens de dependência externa dos principais tipos de fertilizante (N, P e K), o potássio é o que representa maior dependência externa.
A ida da ministra da Agricultura, Tereza Cristina, ao Canadá, teve como pauta principal dialogar com a iniciativa privada deste país para demonstrar a disposição do governo brasileiro de facilitar a aquisição de potássio para o Brasil uma vez que o Canadá é o maior produtor mundial deste produto.
Com os pensamentos voltados a soluções no médio e longo prazo, as atenções se voltam para a categoria dos bioinsumos que visam melhoria de solo, cuja tecnologia aumenta a eficiência do aproveitamento dos nutrientes que estão presentes, porém não disponíveis para as plantas. Para o setor de bioinsumos, as empresas que conseguirem levar soluções que possam aumentar a eficiência do sistema produtivo, poderão aproveitar essa oportunidade para apresentar suas tecnologias, mostrando resultados e eficiência.
Como resposta ao aumento dos preços dos fertilizantes, a Aprosoja, Associação Brasileira de Produtores de Soja, tem orientado os produtores a utilizarem o estoque de nutrientes do solo em condições em que isso seja possível. Bioinsumos cuja tecnologia trabalha de forma a estimular as rizobactérias promotoras de crescimento de plantas e os fungos agregadores de solo, podem melhorar o aproveitamento dos nutrientes contidos no estoque do solo.
As rizobactérias promotoras de crescimento, estimulam o crescimento radicular enquanto alguns fungos agregadores de solo por sua relação simbiótica com as raízes das plantas, torna maior a área de absorção dos pelos radiculares. Essas relações aumentam a absorção de fósforo e potássio. Esses bioinsumos podem auxiliar também na fixação de nitrogênio na biomassa vegetal, promovendo a injeção de mais nitrogênio no sistema, fechando assim o sistema NPK.
Dentro desse cenário, a busca por alternativas biológicas pode contribuir neste ambiente de incertezas. O uso dos bioinsumos tem relevante papel ambiental e caracteriza-se uma situação de ganha-ganha, já que além de melhorar a produtividade das culturas, valoriza o principal bem do agricultor: o solo.
Um solo bem cultivado é um grande armazenador de carbono, e se está concentrado no solo, o carbono não está na atmosfera como gases de efeito estufa, contribuindo com mudanças climáticas. Uma das principais formas de o carbono permanecer no solo é manter as plantas produtivas, desenvolvendo suas raízes, e o pouco ou nenhum revolvimento do solo. Os bioinsumos, ao favorecerem o aproveitamento de nutrientes e a produção de biomassa vegetal, são aliados nesse sentido. Se usados de maneira adequada podem determinar o sucesso de algumas lavouras. Como já citado, muitos produtores tendem em reduzir a adubação e apostar no estoque do solo. Prática que pode auxiliar na manutenção da produtividade da lavoura, desde que com a orientação de engenheiro agrônomo especializado no assunto.
Diego Pelizari – Engenheiro Agrônomo pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP), campus Botucatu. Mestre em Ciências, área de concentração em Solos e Nutrição de Plantas pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz – ESALQ (USP). Gerente de Marketing e Novos Negócios da Korin Agricultura e Meio Ambiente.
Wesley Fialho Costa – Engenheiro Agrônomo pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), Mestre pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) pelo Programa de Pós-Graduação em Agroecologia e Desenvolvimento Rural. Gerente de Desenvolvimento de Mercado da Korin Agricultura e Meio Ambiente.
_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
A Korin Agricultura e Meio Ambiente foi fundada em 2018, e faz parte do Grupo Korin. Presente no agronegócio brasileiro há 30 anos, o grupo criou a empresa para reunir a tecnologia, o desenvolvimento, à pesquisa científica e às soluções das linhas agrícolas, pecuária, saneamento e compostagem, além de produtos da linha casa e meio ambiente. A empresa oferece tecnologia inovadora aliada à tradição da Agricultura Natural criada pelo pensador e espiritualista japonês Mokiti Okada, que dá nome ao centro de pesquisa da companhia, sediada em Ipeúna, São Paulo. O Centro de Pesquisa Mokiti Okada foi à incubadora que deu origem ao Grupo, atua em conjunto ao departamento de Inovação e Sustentabilidade da empresa com a missão de pesquisar, educar e desenvolver soluções que promovam a prosperidade do campo e melhore a saúde das pessoas e do planeta. É no CPMO que estão concentrados o laboratório de desenvolvimento, pesquisas, testes, trabalhos teóricos e práticos e publicações com foco na inovação, sustentabilidade da Korin Agricultura e Meio Ambiente.