A partir do próximo dia 15 de agosto até 15 de outubro, nenhuma propriedade baiana poderá cultivar soja. Esse período é chamado de “vazio sanitário da soja”, que serve para interromper o ciclo de reprodução do fungo causador da ferrugem asiática, o Phakopsora pachyrhizi. Neste mesmo período, todos os produtores da oleaginosa devem fazer o cadastro de suas propriedades. O monitoramento dessas atividades será executado pelo Governo do Estado, através da Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab). Os sojicultores deverão cadastrar suas propriedades no site da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), www.aiba.org.br. Após preencher o formulário no site, uma cópia impressa deve ser protocolada e entregue a um dos escritórios regionais da Adab. Os produtores já cadastrados têm de atualizar as informações a cada safra.
De acordo com o diretor da Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), Cássio Peixoto, serão disponibilizados R$ 430 mil para a atividade de combate à ferrugem asiática na região Oeste da Bahia. “Nossos técnicos farão visitas às fazendas para realizar corpo-a-corpo com todos os produtores. Vamos fiscalizar mais de 1 milhão de hectares na região. Esse trabalho tem o objetivo de manter a Bahia nos melhores rankings de produção de soja e continuar vencendo as batalhas contra essa doença”, explica Peixoto.
Aqueles que não obedecerem às determinações da Portaria número 623, que estabelece o vazio sanitário de 60 dias, e da Portaria número 59, publicada em janeiro deste ano, que determina o cadastramento de todas as propriedades de soja do estado, podem sofrer penalidades que vão de aplicação de multas até a interdição da lavoura. As duas portarias foram publicadas pela Adab, em atendimento ao Ministério de Agricultura.
O alerta vale também para a soja remanescente da safra passada (trigueiras), que devem ser retiradas. Em janeiro deste ano foram detectados três focos de Ferrugem Asiática da Soja em fazendas nos municípios de Luís Eduardo Magalhães e São Desidério. De acordo com dados da Aiba, poucos produtores fizeram o cadastramento de suas áreas.
Manejo estratégico – Na região Oeste da Bahia funciona, desde 2003, o Programa Estratégico de Manejo da Ferrugem Asiática da Soja, uma parceria entre Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), Fundação Bahia, Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA), Embrapa Soja, prefeituras municipais e empresas privadas. O Programa demonstrou que, com o monitoramento das lavouras, a identificação correta da doença, e a realização de um controle químico eficiente, é possível conviver com a ferrugem, mantendo os níveis de produtividade compatíveis com a tecnologia disponível para a cultura da soja. Os fatores que influenciam o desenvolvimento da doença são as condições climáticas de temperatura, umidade e precipitação.