Os bons preços dos grãos, especialmente da soja, que deixaram o agricultor do Rio Grande do Sul mais capitalizado, o aumento na área agrícola das propriedades e o maior investimento em tecnologia são os principais fatores que contribuem para o crescimento nas vendas de fertilizantes no Estado. O primeiro semestre fechou com aumento de 25,07% ante igual período do ano passado, alcançando 1,07 milhão de toneladas.
Com essa grande procura antecipada por parte dos produtores, que já estão planejando o plantio das culturas de verão, que se inicia em setembro, a tendência é de uma acomodação nos negócios neste segundo semestre. Para o presidente do Sindicato da Indústria de Adubos do Rio Grande do Sul (Siargs), Torvaldo Antonio Marzolla Filho, a justificativa também está em um provável reajuste no preço do produto.
“Os produtores são muito bem-informados e anteciparam as compras para o primeiro semestre, pois, devido ao aumento na demanda, o preço dos fertilizantes deve subir neste segundo semestre”, ressalta Marzolla.
Depois de uma safra recorde, o agricultor Cristiano Pierdoná, sonha repetir o bom desempenho em 2012 – 62 sacas por hectare em média na soja e 194 sacas no milho. O planejamento para o próximo ciclo de verão – agora no inverno semeou 120 hectares de trigo, 80 hectares de aveia e 60 hectares de cevada – o fez investir R$ 350 mil ainda em fevereiro para adquirir 400 toneladas de fertilizantes. A quantidade representa a metade do previsto para os 500 hectares no interior de Passo Fundo (RS).
Para o produtor, a queda do câmbio e a desvalorização recente de cotações agrícolas como a soja exigem organização prévia para alcançar uma safra positiva. Pierdoná pretende adquirir o restante dos insumos necessários mais próximo do plantio de milho, previsto para agosto, e de soja, até o início de novembro.
“O mercado oscila muito e tem de estar atento. Antecipando, o preço pode ser melhor”, observa.
Além da compra antecipada, afirma o vice-presidente da Cotrijal, Jairo Kohlrausch, os produtores estão buscando produtos de melhor qualidade, pois precisam ser mais competitivos e garantir uma colheita farta. Segundo o presidente do Siargs, enquanto nos últimos 12 anos a área de plantio cresceu 30% no Brasil, a produção aumentou 179%, tendo como grande aliado o investimento cada vez maior em tecnologia.
Quem ainda não foi às compras pode ficar tranquilo. O diretor da Fertilizantes Piratini, José Claudino dos Santos, acredita que não há risco de falta do produto, pois os estoques foram respostos. Seguindo a tendência estadual, a indústria também registrou alta de 25% dos negócios no primeiro semestre.