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Venda de insumos agrícolas cai 30%

<p>Para o setor isso significa menos tecnologia e a certeza de queda na produção.</p>

Da Redação 10/10/2005 – A crise no agronegócio este ano provocou uma retração de 30% na venda de insumos agrícolas (adubos, fertilizantes e defensivos) para o plantio da safra 2005/06. Isso significa menos tecnologia e a certeza de queda na produção.

“Mesmo que a área plantada seja mantida, o que certamente não irá acontecer nesta safra, a produção terá queda porque a produtividade será menor”, afirma o executivo de uma grande empresa de revenda de produtos agropecuários do Estado.

No setor, a movimentação do agricultor este ano foi tímida se comparada com o ano passado. Em geral, as vendas de insumos, fertilizantes e adubos apresentam queda de 30% em relação a 2004.

A previsão é de que as vendas fechem nestes patamares, pois não há mais expectativa de uma recuperação nas vendas ainda este ano.

Representantes de empresas que comercializam adubos, sementes e fertilizantes acreditam em uma redução de área em torno de 20% para esta nova safra. Segundo eles, os produtores estão sem crédito para fazer um bom preparo da terra.

Na região Sul do Estado, o plantio da próxima safra ainda está indefinido em razão das dificuldades financeiras dos produtores rurais, e a estimativa é de que a área plantada seja reduzida em 30%. Na região Norte, alguns municípios – como Lucas do Rio Verde e Sorriso – já iniciaram o plantio da soja super precoce, mas muitos agricultores falam em queda de até 25% na área plantada, pois estão sem poder oferecer garantias para os fornecedores de insumos.

“As distribuidoras precisam de garantias para comprar da indústria. Porém muitos produtores se encontram endividados e acabam impossibilitados de comprar insumos e investir na preparação do solo para obter uma melhor produtividade”, afirma o diretor da Agro Amazônia Produtos Agropecuários, Roberto Motta.

Na Agro Amazônia, a procura por insumos agrícolas este ano está bem abaixo da previsão da empresa, que detém a maior fatia deste mercado em Mato Grosso. Em relação ao ano passado, a empresa registra um recuo de 30% nas vendas.

“O mercado não reagiu porque faltou crédito para o custeio da safra”, explica o diretor da empresa, Roberto Motta.

US$ 800 MILHÕES – O mercado de insumos agrícolas de Mato Grosso é o maior do País: US$ 800 milhões. Roberto Motta acredita que, deste total, 30% (ou US$ 240 milhões) estão inadimplentes com as revendas.

O empresário não revelou o montante do endividamento dos produtores com a Agro Amazônia, informando que a sua empresa está disposta a negociar com todos os clientes inadimplentes.