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Venda de semente transgênica de soja segue lenta

<p>Em algumas das maiores praças produtoras de sementes - como Mato Grosso e São Paulo - as indústrias temem que sobre o produto legal por falta de procura.</p>

Da Redação 26/08/2005 – A produção de sementes certificadas de soja transgênica para a safra 2005/06 será suficiente para abastecer um terço da demanda nacional projetada para o período, mas até agora apenas o Rio Grande do Sul reclama a falta do produto legalizado. Em algumas das maiores praças produtoras de sementes – como Mato Grosso e São Paulo – as indústrias temem que sobre o produto legal por falta de procura.

Ivo Carraro, diretor de pesquisa e produção da Associação Brasileira de Sementes e Mudas (Abrasem), estima que a produção de sementes transgênicas legais atinja 3 milhões de sacas de 40 quilos, suficientes para uma área de 3 milhões de hectares. Desse total, em torno de 1,8 milhão de sacas foram produzidas pela Coodetec, quase 1 milhão pela Embrapa e, o restante, pela Pioneer, Fundação Centro de Experimentação e Pesquisa (Fundacep) e Fundação Mato Grosso.

A área no Brasil com soja transgênica deve passar dos 5 milhões de hectares em 2004/05 para 10 milhões de hectares na safra atual, segundo a Abrasem. Desse total, pelo menos 3,8 milhões de hectares serão plantados no Rio Grande do Sul, que produz 500 mil sacas de sementes de soja transgênica.

Ontem (dia 25), a Abrasem enviou à Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados carta de repúdio à decisão do governo de publicar nota técnica autorizando o uso das sementes salvas (obtidas de forma irregular em outras safras e multiplicadas de forma caseira) no país. “Só falta semente no Rio Grande do Sul. Por isso, a entidade quer que o governo defina uma regra exclusiva para o Estado”, diz Iwao Miyamoto, presidente da Abrasem. Miyamoto diz que o ritmo de vendas de sementes de soja (tanto convencionais como transgênicas) está mais lento neste ano. Até agosto, as indústrias venderam 60% dos 20 milhões de sacas produzidas, ante 90% em igual período de 2004.

No Mato Grosso, as vendas estão 20% menores que em 2004 e não há procura pelos grãos transgênicos, segundo Nelson José Vígolo, vice-presidente da Aspromat (que reúne sementeiras do Estado). “Os produtores não compram a semente transgênica devido à indefinição sobre os royalties.” Em São Paulo, as vendas também estão de 30% a 40% menores que em agosto de 2004, segundo Cássio Camargo, secretário-executivo da APPS (reúne os sementeiros paulistas).

Leonardo Tavares, da Agromen Sementes, diz que 30 mil das 300 mil sacas de sementes de soja produzidas pela empresa são transgênicas e que o produto só encontra clientes em Goiás e Minas. Ele diz que o ritmo de vendas só começou a aquecer há duas semanas e que o volume comercializado até agora é a metade do registrado em agosto de 2004.