Redação (02/10/06)- Prossegue em ritmo lento a comercialização da soja que será produzida no país nesta safra 2006/07, cujo plantio já começou em algumas áreas da região Centro-Oeste. Levantamento da Tetras Corretora indica que até agora apenas entre 9% e 10% da futura oferta está comprometida, segundo o modelo de troca de grãos por insumos. Praticamente não há vendas antecipadas com preços pré-fixados. Conforme Renato Sayeg, da Tetras, o baixo percentual atual reflete sobretudo o quadro geral de inadimplência que golpeia os produtores com mais força que nas safras anteriores, em razão de uma crise de liquidez aprofundada pelo câmbio. Com isso, diz, a apresentação de garantias por parte dos agricultores transformou-se em um processo mais difícil. E as tradings também estão mais exigentes quanto a essas garantias, sobretudo depois que muitos produtores descumpriram seus contratos de fornecimento na safra 2003/04, alegando que não estavam aproveitando a forte alta do grão naquela época. No Mato Grosso, que costuma iniciar os trabalhos de colheita no país – neste ano não foi diferente -, 18% da safra 2006/07 está comprometida, ante 32% nesta mesma época do ano passado. No Mato Grosso do Sul, a queda na mesma comparação é de 16% para 13%, e na Bahia de 18% para 9%. Em Minas Gerais o estágio da comercialização é similar ao de 2005, e em Goiás ela está mais avançada, sempre segundo a Tetras.
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