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Internacional

Agricultores europeus protestam em Bruxelas contra o acordo UE-Mercosul

Farm worker driving tractor prepares for harvest generated by artificial intelligence
Farm worker driving tractor prepares for harvest generated by artificial intelligence

Nesta quarta-feira, agricultores de diversos países da União Europeia, especialmente da França, reuniram-se em Bruxelas para protestar contra o acordo de livre comércio entre a UE e o Mercosul. O Brasil tem pressionado pela assinatura do acordo até o fim do mês, aproveitando sua posição na presidência do G20, e conta com o apoio da Alemanha, que vê no tratado uma oportunidade para expandir suas exportações. Contudo, a França, principal potência agrícola da UE, resiste ao acordo, argumentando que ele trará prejuízos para os produtores locais.

O primeiro-ministro francês, Michel Barnier, declarou à presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, que a França não aceitará o tratado em seus termos atuais, alegando que ele favorece importações de produtos que não seguem os mesmos padrões ambientais e de segurança que os exigidos na UE. Os agricultores europeus temem a competição desleal gerada pelo acordo, que permitirá a entrada de 99 mil toneladas de carne bovina, 190 mil toneladas de açúcar, 180 mil toneladas de carne de aves e 1 milhão de toneladas de milho do Mercosul.

No protesto em Bruxelas, cerca de 100 agricultores levaram cartazes exigindo “preços justos” e criticando as condições do acordo. Um dos manifestantes, Edu H. Nualart, destacou a luta dos agricultores contra acordos comerciais que, segundo ele, privilegiam a concorrência e não garantem remuneração justa. Na França, estão previstos novos protestos na próxima semana, coordenados pelo sindicato FNSEA, enquanto os líderes do G20 se reúnem no Rio de Janeiro.

Os agricultores franceses, que enfrentam impactos das mudanças climáticas e surtos de doenças no rebanho, consideram que o acordo ameaça o futuro da agricultura e da cadeia agroalimentar europeia. Embora pretendam evitar o bloqueio de rodovias como em protestos anteriores, o clima de insatisfação com o acordo cresce, impulsionado por preocupações com os padrões de produção e a sustentabilidade da agricultura local.