A Arábia Saudita estaria em negociações para ingressar no banco BRICS a fim de melhorar suas capacidades financeiras em meio aos esforços de desdolarização. Essa medida é vista como uma maneira de fortalecer as opções de financiamento do NDB diante do conflito entre Rússia e Ucrânia. De acordo com o relatório, o NDB reconheceu a importância do Reino da Arábia Saudita no Oriente Médio e confirmou discussões construtivas em andamento com o país.
Estabelecido em 2015, o principal objetivo do NDB, conforme declarado pelo Ministério das Relações Exteriores da China, é mobilizar recursos para apoiar projetos de infraestrutura e desenvolvimento sustentável nas nações BRICS e em outras economias emergentes.
Os países BRICS, que incluem Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, respondem coletivamente por 25% do PIB global. Essas nações são os membros fundadores do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB). Além disso, o NDB recebeu novos membros, como Emirados Árabes Unidos, Uruguai, Bangladesh e Egito, em seu primeiro grupo.
Desde sua criação, o NDB aprovou mais de 90 projetos, totalizando empréstimos no valor de US$ 32 bilhões, de acordo com o yicai.com em outubro de 2022. Especialistas acreditam que a potencial adesão da Arábia Saudita ao NDB fortalecerá ainda mais a capacidade das nações BRICS de mitigar riscos diante da tendência global de desdolarização.
Especialistas enfatizam o papel do NDB na prevenção de crises e a potencial contribuição da Arábia Saudita
Pan Helin, diretor conjunto do Centro de Pesquisa em Economia Digital e Inovação Financeira da Escola de Negócios Internacionais da Universidade de Zhejiang, afirmou que o NDB desempenha um papel crucial na prevenção de crises financeiras nos países BRICS e será mais eficaz em fornecer assistência durante momentos de crise.
Segundo Pan, a condição financeira da Arábia Saudita é estável e apresenta um risco potencial relativamente baixo. Portanto, sua adesão ao NDB fortaleceria a solidez financeira do fundo conjunto do BRICS e aumentaria a capacidade dos países membros de gerenciar e responder a crises.
Diante da crise do dólar em curso, algumas economias em desenvolvimento estão ficando céticas em relação ao dólar americano, e a desdolarização está se tornando um consenso entre esses países. Dong Dengxin, diretor do Instituto de Finanças e Valores Mobiliários da Universidade de Ciência e Tecnologia de Wuhan, mencionou que essas economias estão buscando ativamente alternativas ao dólar americano.