Durante 2012, as exportações de carne da Argentina deram um giro inesperado. A carne de frango apresentou um aumento nas vendas ao exterior, superando às vendas de carne bovina, atualmente sujeitas a fortes controles estatais. Trata-se de um dado inédito para o país devido ao histórico de consumo que os argentinos têm com de carnes vermelhas.
Entre janeiro e agosto de 2012, a Argentina exportou 163 mil toneladas de carne de frango. No mesmo período, o país vendeu 126 mil toneladas de carne bovina, 28,2% a menos que no mesmo período de 2011. Dessa forma, o setor avícola argentino já está entre os cinco maiores exportadores do mundo. O presidente do Centro de Empresas Processadoras Avícolas (CEPA), Roberto Domenech disse que o setor avícola deverá exportar 600 mil toneladas em 2017.
O que na década de 40 era impossível no mercado argentino está próximo a ocorrer: falta pouco para que os argentinos equiparem o consumo de carne de frango com o de carne bovina (40 quilos por habitantes por ano contra 56 quilos, respectivamente). Os especialistas explicam esse aumento por questões econômicas, alimentícias e culturais.
Observando a pirâmide histórica de consumo de frango na Argentina, pode-se perceber um fenômeno que surpreende comerciantes locais com muitos anos no setor de carnes onde “antes comer frango era um luxo, o preço era impossível e a produção adaptada às necessidades da época. O que antes era uma mercadoria de luxo, agora é muito mais econômico que a carne bovina. O quilo de frango está entre 13 e 15 pesos (US$ 2,69 e US$ 3,11) segundo a qualidade, enquanto a carne bovina custa em média 40 a 50 pesos (US$ 8,30 a 10,38)”, explicou um comerciante. Sem dúvida, mudou o consumo e o hábito nesse sentido. Agora, para muitos, passou a ser um luxo comer carne bovina”.