O governo chinês iniciou nesta quarta-feira (7/5) uma nova rodada de compras para abastecimento das reservas estratégias de carne suína congelada, em uma tentativa de aumentar os preços da commodity, que estão no nível mais baixo em quase quatro anos. Por se tratar de produto perecível, o país asiático mantém estoque equivalente a menos de 1% das 53 milhões de toneladas consumidas anualmente.
A China é o maior consumidor de carne suína do mundo e analistas afirmam que é muito difícil para o governo absorver oferta suficiente para modificar as cotações domésticas. A prática de armazenagem é, portanto, mais usada para incentivar o mercado a seguir as regras do Estado que como ferramenta de controle de preços.
A Comissão Nacional de Reforma e Desenvolvimento (NDRC, na sigla em inglês), principal agência de planejamento econômico da China, informou que as compras para as reservas estatais visam a conter uma desvalorização excessiva da carne suína. Nos últimos anos, Pequim frequentemente interveio no mercado, seja para impedir uma alta desenfreada do custo dos alimentos ou evitar que o declínio dos preços comprometesse a renda do produtor.
A decisão anunciada nesta quarta-feira foi tomada depois que a primeira rodada de aquisições para estocagem, anunciada no fim de março, não surtiu efeito nas cotações. Os preços da carne suína in natura giram em torno de 17,94 yuans (US$ 2,88) por quilo, o menor nível desde setembro de 2010, segundo dados do Ministério de Comércio.
Analistas afirmam que o recente aumento dos abates contribuiu para o excesso de oferta no mercado. De acordo com a NDRC, os preços começaram a subir no mês passado, encerrando uma série de queda de 19 semanas. A comissão geralmente não revela o volume contratado ou o tamanho das reservas, mas participantes do setor estimam que 65 mil toneladas tenham sido adquiridas na primeira rodada de compras, quase 25% das 300 mil toneladas estocadas no país asiático.
O Rabobank Group prevê que os preços da carne suína na China comecem a subir até o fim do verão de 2014, quando fatores sazonais impulsionam a demanda. Mas o banco alerta que o consumo chinês deve ficar estável neste ano.