As chuvas tão esperadas durante grande parte do ano em que o setor agropecuário sofreu uma das secas mais difíceis da história, agora estão voltando a ser uma ameaça para a campanha de grãos.
Enquanto a soja e o milho já semeados se beneficiam com as precipitações, o excesso de unidade está atrasando a segunda semeadura.
Apesar de que ainda não se tem números oficiais, há previsões tanto públicas quanto privadas que dizem que as chuvas estariam provocando danos.
Carlos Sartor, secretário de Sistemas Agroalimentários da província, disse que a situação climática “passou de um extremo a outro”.
Segundo o levantamento realizado em Santa Fe, o funcionário disse que tem zonas no norte que recém puderam semear. O girassol também está se complicando.
“Segundo as previsões, vai chover um pouco menos, o que vai favorecer a semeadura do girassol”, explicou Sartor, e disse que no sul da província existem campos que estão “encharcados”, que acabam afetando as plantas, favorecendo a proliferação de insetos que só podem ser tratados com fumigações aéreas porque não se pode entrar nos lotes.
Em relação à situação do milho na província, o funcionário disse que não foi possível semear na época adequada, somente no centro e sul do território, mas não na medida que deveria ser feita, “Primeiro pela falta, depois pelo excesso”.
Já em relação ao girassol, foi semeado em parte do norte, muito menos que o previsto, por falta de chuva no momento certo, e afirmou que a água está vindo no momento certo para o gado – com exceção da zona de ilhas para o crescimento dos pastos.
O Guia Estratégico para o Campo (GEA) da Bolsa de Comércio de Rosario e Cristian Russo explicam que as chuvas estão superando os 50 milímetros em algumas zonas e, em outros casos , 100 milímetros. Por isso os solos estão ficando saturados, ainda mais nas zonas baixas.
“O que vai bem é o milho, embora tivesse sido pouco semeado, e a soja de segunda está demorada”, completou.
No entanto, a soja na região central tem uma condição muito boa, com certos lotes com problemas de doenças.
USDA
O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos estimou que a Argentina colherá na campanha 2009/2010 53 milhões de toneladas da oleaginosa, sem mudanças em relação à previsão de dezembro. O organismo elevou sua previsão de produção de milho para o ciclo 2009/2010 para 15 milhões de toneladas, um pouco acima dos 14 milhões calculados no mês anterior.