A saúde de caminhoneiros brasileiros e estrangeiros que entram no Brasil por meio do Porto Seco de Uruguaiana (RS) está sendo monitorada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Quem chega ao local precisa preencher uma declaração de saúde e recebe folhetos informativos, além de ouvir um alerta sonoro de hora em hora com medidas de prevenção contra a influenza A (H1N1).
Para os caminhoneiros que chegam com carga de importação, a estadia no porto seco dura, em média, três dias. Durante esse período, eles são abordados por agentes de saúde e da Anvisa que checam, por exemplo, a temperatura do corpo. Familiares dos caminhoneiros também precisam entregar a declaração de saúde.
De acordo com a chefe do posto de fronteira da Anvisa, Adriana Siqueira Pains, as prioridades da agência são as medidas preventivas de higiene pessoal, como lavar as mãos com água e sabão, e o alerta aos caminhoneiros da importância de uma boa alimentação para ter um sistema imunológico capaz de combater a doença. “Trabalhamos principalmente com o caminhoneiro que transita diariamente no percurso Brasil-Argentina, que se alimenta mal, que dorme pouco”, explicou.
O caminhoneiro que apresenta sintomas e que se enquadra como caso suspeito é encaminhado ao posto da Anvisa, avaliado e, se necessário, transferido ao serviço de saúde de Uruguaiana. A definição de caso suspeito, segundo Adriana, depende, sobretudo, de febre alta e de dificuldade para respirar. Neste caso, o caminhoneiro é levado para a Santa Casa de Caridade, hospital de referência no tratamento para gripe. Caso os sintomas sejam apenas tosse, dor de garganta e dor de cabeça, por exemplo, a transferência é feita para os postos de saúde e ambulatórios da cidade.
A Anvisa não registrou, até o momento, nenhum caso de caminhoneiro com diagnóstico confirmado para a doença – apenas 12 casos de suspeita, mas que foram descartados. A maioria, segundo Adriana, são casos leves, mas alguns caminhoneiros chegaram até mesmo a fazer quarentena. Ainda assim, Uruguaiana registrou a morte de um caminhoneiro por gripe A (H1N1). Cerca de 300 veículos circulam diariamente no porto seco da cidade.