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Concorrência internacional

Brasil enfrentará novos concorrentes no setor de frangos, porém tal movimento será limitado pela curta capacidade produtiva destes países, avalia executivo da Marfrig.

Concorrência internacional

Nos próximos cinco anos, o Brasil deverá enfrentar aumento na concorrência no mercado internacional de carne de frango, por parte de países pouco tradicionais no mercado, mas tal movimento será limitado pela curta capacidade produtiva destes países, avaliou um executivo da Marfrig.

Entre os países que devem elevar a oferta de carnes de frango e suína, o executivo cita a Ucrânia, Rússia, China, Tailândia, Turquia e Argentina. “No Oriente Médio, já começam a aparecer os primeiros contêineres de carnes da Turquia, Argentina e Ucrânia”, disse Mayr Bonassi, diretor geral da Seara Alimentos, do Grupo Marfrig, em intervalo de conferência sobre competitividade do setor, realizado em São Paulo.

Contudo, ele ressaltou que tal movimento terá impacto por curto período de tempo, porque esbarrará na limitada capacidade de cultivo de grãos e na qualidade do produto ofertado por estes países, uma vez que o milho e a soja são os itens de maior peso no custo de produção dos animais. “Haverá exaustão de produção de grãos nestes países. Há limite de área, mas tem também a qualidade “, ponderou.

No curto prazo, Bonassi trabalha com um cenário positivo para o setor, com regularidade das exportações de carne de frango, por conta de fundamentos favoráveis, como o baixo nível dos estoques nos principais compradores. “É diferente de 2008, quando os compradores contavam com estoques. Não teve aumento significativo da produção e hoje não tem grande estoque mundial”, disse, reforçando que acredita em manutenção de compras mesmo num cenário de crise, especialmente pelos países emergentes.

No último trimestre, as vendas do setor haviam recuado cerca de 7%, por conta do câmbio, menor demanda europeia e o embargo parcial da Rússia. O executivo calcula que o dólar a R$ 1,80 já representa um patamar remunerador para o setor e aceitável para o comprador.

“É um patamar que remunera de maneira justa o vendedor e no qual o comprador não pede desconto”, afirmou. Bonassi ressalta, porém, que não há espaço para novas altas de preços no valor da carne de frango no mercado internacional porque o preço já está no patamar histórico ou próximo dos níveis anteriores à crise de 2008.

No mercado interno, o cenário também é favorável. Em meio à situação de amplo emprego e renda crescente, a Marfrig estima crescimento de dois dígitos nas vendas da indústria natalina, que inclui peru, frango, diversos tipos de pernil e lombo (entre assados e temperados), presuntos etc.

Embargo russo – Sobre o embargo parcial imposto pelo governo russo a carnes de frigoríficos brasileiros, o presidente da Brasil Foods, José Antônio do Prado Fay, considera que o governo brasileiro não tem atuado de forma passiva, mas ponderou que tem outras questões envolvidas neste episódio.

Ele cita dois itens de relações internacionais que vão além da questão comercial. Primeiro, o interesse na vaga na Organização Mundial do Comércio (OMC) e a questão estratégica, uma vez que o País está fomentando a indústria de alimentos locais, já que busca a autossuficiência em frango e suínos até 2020.