Fonte CEPEA

Carregando cotações...

Ver cotações

Mercado Externo

EUA confirmam 'vaca louca', mas minimiza riscos

Trata-se do quarto registro da enfermidade no país desde 2003, o primeiro desde 2006. Para os americanos, doença está sob controle.

EUA confirmam 'vaca louca', mas minimiza riscos

Os Estados Unidos relataram ontem um caso de encefalopatia espongiforme bovina (BSE, na sigla inglês), a temida doença da vaca louca. Trata-se do quarto registro da enfermidade no país desde 2003, o primeiro desde 2006.

O diagnóstico foi oficializado por volta das 16 horas, em um comunicado do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), mas o mercado já havia sido abalado pelos boatos sobre a descoberta.

Os preços do boi gordo no mercado futuro atingiram o limite de queda permitido pela Chicago Mercantile Exchange. As ações dos frigoríficos também foram castigadas. Em São Paulo, os papéis da JBS (que mantém uma grande operação nos EUA) chegaram a cair 5,15%, mas fecharam praticamente estáveis.

O mercado acalmou-se após o comunicado do USDA. O órgão relatou que o animal infectado, uma vaca leiteira na Califórnia, não entrou na linha de abate para consumo humano e “em nenhum momento ofereceu risco à cadeia de alimentos e à saúde das pessoas”. Os testes apontaram ainda que a vaca estava doente de uma versão da BSE rara e não associada ao consumo de ração com base em componentes animais – principal fator de disseminação da encefalopatia.

As autoridades americanas disseram que vão compartilhar a análise com laboratórios de referência no Canadá e na Inglaterra a fim de confirmar o diagnóstico. Além disso, anunciaram uma investigação epidemiológica em conjunto com os oficiais de saúde animal da Califórnia e da Administração de Medicamentos e Alimentação (FDA, na sigla em inglês) dos Estados Unidos.

O USDA alegou não haver quaisquer razões para que a Organização Mundial de Saúde animal (OIA) rebaixe o status sanitário de seu rebanho, o que seria um golpe para as exportações de carne bovina. A OIA considera os EUA um país de “risco controlado” para a BSE, o mesmo tratamento dispensado ao Brasil.

Para os americanos, a BSE é uma doença sob controle. Segundo o USDA, apenas 29 casos foram registrados em todo o mundo em 2011, ante os mais de 37,3 mil casos em 1992.

Apesar da reação inicial dos investidores, o diretor de Relações com Investidores da JBS, Jeremiah O’ Callaghan, disse que o caso não preocupa. “Não acreditamos que haverá qualquer restrição ao comércio. Trata-se de um caso atípico, isolado.”

Segundo ele, as operações da JBS seriam muito pouco afetadas por um eventual embargo, já que a empresa poderia redirecionar as exportações de carne bovina para as operações na Austrália e no Brasil. “E temos a segunda maior operação de aves do mundo, que seria beneficiada”.