A maior granja avícola da Polônia, localizada em Wróblewo, tem capacidade para abrigar 2,5 milhões de frangos de corte. Foto: Canva
Organizações ambientais polonesas estão se unindo contra a rápida expansão da indústria avícola no país, pressionando as autoridades para frear o crescimento. O primeiro-ministro Donald Tusk tem se mostrado relutante em atender a essas demandas.
Atualmente, cerca de 1.300 granjas avícolas industriais operam na Polônia, e a Stop Industrial Farms Coalition, uma aliança de organizações ecológicas, estima que duas novas granjas sejam construídas a cada mês. Entre 2023 e 2024, 32 novas granjas entraram em operação, com dezenas em construção e 23 em busca de licenças, segundo ambientalistas.
“O processo de expansão está se acelerando. Nunca foi tão grave”, alerta Bartosz Zając, porta-voz da Stop Industrial Farms Coalition. “Prefeitos e líderes comunitários estão sendo sobrecarregados com pedidos de licenças para novos galinheiros.”
Preocupações dos Cidadãos
Moradores de áreas próximas às granjas frequentemente reclamam de mau cheiro, poluição e riscos à saúde. Durante a última campanha eleitoral, políticos do partido do primeiro-ministro Tusk prometeram resolver esses problemas e introduzir restrições aos aglomerados avícolas — grupos de grandes granjas que compartilham infraestrutura comum.
“Os políticos que hoje estão no poder prometeram resolver o problema dos aglomerados agrícolas durante a campanha. Agora, com o poder nas mãos, não estão cumprindo suas promessas”, critica Bartosz Zając.
Polônia: O “Galinheiro da Europa”
A mídia local, como o jornal Next Gazeta, destaca que a Polônia está se tornando o “galinheiro da Europa”, com ambientalistas e moradores expressando crescente preocupação com a contínua expansão da indústria avícola. Mazovia, especialmente a região entre Żuromin, Mława e Ciechanów, é um dos maiores centros de produção de frango do país. A maior fazenda, em Wróblewo, produz 17 milhões de aves por ano. Embora essas fazendas sejam a principal fonte de emprego local, os residentes pedem há anos a limitação do desenvolvimento da indústria.
Apesar dos protestos, os ecologistas admitem que raramente conseguem resultados significativos. “Mesmo com reações rápidas dos moradores às novas construções de granjas, não há garantias de sucesso. A lei na Polônia favorece as grandes corporações”, afirma Zając.
Mudanças nas Regras
Espera-se que a maioria dos municípios adote um plano de desenvolvimento até o final de 2025, o que, segundo os ambientalistas, dificultará a obtenção de novas licenças de construção pelas empresas avícolas.
“Os criadores sabem disso e estão tentando garantir o máximo de licenças possíveis antes que as novas regras entrem em vigor. Nos últimos seis meses, recebemos inúmeros relatórios sobre todos os tipos de fazendas”, conclui Zając.