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Internacional

Exportações de carne suína da UE para o Reino Unido estão em queda

Exportações de carne suína da UE para o Reino Unido estão em queda

Os países da União Europeia exportaram 181.800 toneladas de carne suína e produtos derivados para o Reino Unido no primeiro trimestre de 2024. Embora esse volume possa parecer significativo, ele é o mais baixo registrado no primeiro trimestre, excetuando-se 2021, quando o Brexit teve um impacto severo no comércio, conforme relatado pelo Conselho de Impostos Agrícolas (AHDB).

Aumento dos Custos de Exportação

A situação pode piorar significativamente no decorrer do ano devido aos novos controles fronteiriços introduzidos pelo Reino Unido em 30 de abril. A Associação Britânica de Processadores de Carne (BMPA) alerta que os custos desses controles estão subestimados. “As estimativas são enganosas”, afirmou Peter Hardwick, conselheiro de política comercial da BMPA.

Impacto no Valor e Volume das Exportações

A exportação de carne suína congelada da Europa para o mercado britânico diminuiu cerca de 16% em termos anuais. Em contrapartida, a exportação de bacon aumentou mais de 6% e a de presunto, paletas e pedaços processados aumentou 7,3%. No entanto, em termos de valor, as importações totais de carne suína para o Reino Unido aumentaram 4% no primeiro trimestre em comparação com o ano anterior, totalizando 683,6 milhões de libras, devido aos preços mais elevados.

Novos Controles Fronteiriços

Esses números foram ligeiramente influenciados pelas novas regras administrativas de fronteira pós-Brexit que entraram em vigor em 30 de janeiro. A situação se agravou com a implementação do Modelo Operacional de Alvos Fronteiriços (BTOM) em 30 de abril. Agora, os caminhões carregados com carne, laticínios, flores e outros produtos considerados de alto ou médio risco podem ser parados nos postos fronteiriços britânicos para controle físico.

Problemas Relatados e Custos Adicionais

Até o momento, esses novos controles não causaram atrasos significativos, embora alguns problemas individuais tenham sido relatados. A escassez de produtos prevista também não se concretizou. No entanto, a BMPA alerta que os controles do BTOM são muito mais caros do que estimado pelo Departamento de Alimentação e Assuntos Rurais (Defra). “O impacto total do BTOM no Reino Unido está longe de ser trivial, e o custo financeiro real sobre os importadores e consumidores é significativamente maior”, afirmou a organização.

Taxas e Custos Ocultos

O Defra introduziu uma taxa de £29, a Taxa de Usuário Comum, para todas as remessas de carne e outros produtos de alto risco que chegam ao país. Essa cobrança é limitada a 145 euros por caminhão para limitar os custos para os importadores. Contudo, a BMPA afirma que os custos reais são muito maiores. Além disso, há um custo adicional oculto para os caminhões que chegam através do porto de Dover ou do Eurotúnel e são enviados para um centro de controle em Sevington, onde são cobradas taxas adicionais.

Apelo à Revisão das Taxas

Peter Hardwick destacou que, com pelo menos 1.000 caminhões carregados de produtos de médio e alto risco atravessando diariamente Dover e o Eurotúnel, o custo diário excede £240.000, resultando em um encargo anual de £88 milhões. Ele enfatizou que essas novas taxas portuárias, além dos custos administrativos e burocráticos, estão preparados para aumentar significativamente os preços ao consumidor. A BMPA apela ao governo para revisar urgentemente essas taxas, que estão impactando severamente o comércio e os preços dos alimentos no Reino Unido.