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Sanidade

Gripe aviária no Japão

Abatedouro de aves em Toyohashi dispensa funcionários. Brasileiros que trabalham na empresa contam que ação deve desinfectar o local.

Gripe aviária no Japão

A empresa Toribun Shirai Shoten Corp., do ramo de abate de aves, localizada em Toyohashi (Aichi) dispensou os funcionários como forma preventiva e desinfetou o local, após comprovado um surto do vírus de gripe aviária na semana passada.

Na indústria aviária existem as aves poedeiras (ovos) e as aves para corte (consumo humano). Após um período de produtividade de ovos, essas aves entram em declínio e a relação custo/benefício entre consumo de ração e rendimento em ovos não compensa. Por essa razão são levadas para o abate. Mas a característica de paladar dessas aves não são apropriadas para o corte porque não foram desenvolvidas para essa finalidade. No geral, o destino dessas aves é o aproveitamento em forma de caldo de galinha Knor, Maggi, etc.

A Toribun faz o abate e o empacotamento dessas aves poedeiras. Nesse ramo trabalham alguns brasileiros. No sábado (29) o International Press falou com três funcionários da Toribun, que explicaram a situação.

Rafael Sasada, 27, trabalha há três anos na Toribun e explica que as aves chegam vivas para o abate. “São galinhas poedeiras e depois de um certo tempo, a produtividade dessas aves cai. Elas são trazidas para cá para o abate. Então fazemos o corte das aves, empacotamos, enlatamos; as afetadas foram as granjas onde se criam essas aves poedeiras e não o nosso abatedouro”, esclarece. “Mas para um trabalho preventivo, foi desinfetado um raio de 10 quilomentros a partir dessas granjas”.

Segundo Marcos Souza, 30, que trabalha há dois anos e meio na Toribun, dos cerca de 80 funcionários, 20 são brasileiros. “Fomos dispensados durante uma semana e assim que estabilizar a situação, nos chamarão de volta. Quanto a parte salarial, não foi explicado nada, mas acredito que por sermos terceirizados, se trabalhar recebe, se não trabalhar não recebe. Vou aproveitar para descansar e passear porque vinha trabalhando muito. Nosso expediente vai das 7h00 às 18h00 com duas horas extras. Quando a gente voltar, vamos ter que trabalhar muito para compensar o tempo parado”.

Cícero Lopes, 23, trabalha há quatro anos na Toribun e diz que nesse período foi a segunda vez que a empresa parou o trabalho devido ao vírus da influenza aviária, mas naquela ocasião, ficou só um dia de folga. “A gente trabalha usando um chapéu com redinha, máscara, luvas, avental, botas e antes de entrar na seção, passamos um rolo para limpar poeiras e cabelos e também nos desinfetamos. Tomamos todos os cuidados quanto à higienização”, afirma.

Prevenção

Segundo a agência de notícias Kyodo, um aviário de Toyohashi resultou em positivo após teste para gripe aviária na quinta-feira (27). Segundo o Ministério da Agricultura, Floresta e Pesca do Japão, o vírus é do tipo H5. Autoridades ordenaram o sacrifício de 150 mil aves da referida granja e vetou o transporte de 2,6 milhões de aves e ovos de 44 granjas num raio de 10 quilometros, incluindo parte da vizinha cidade de Kosai (Shizuoka).

Focos de influenza aviária também foram registrados nas provincias de Shimane, Miyazaki, Tottori, Toyama e Kagoshima. Em 2009, o vírus da influenza aviária foi detectado em granjas de codornas de Toyohashi, obrigando o sacrifício de 1,6 milhões dessas aves.

Acredita-se que pássaros ou patos portadores da influenza tenham sobrevoado o Japão vindo do norte, contaminando os aviários. O primeiro caso detectado neste inverno foi do vírus H5N1 encontrado em patos selvagens em Hokaido, em outubro de 2010.