Uma possível guerra comercial entre os Estados Unidos, México e Canadá, com a imposição de tarifas de até 25% sobre os produtos desses países, pode gerar consequências severas para as indústrias de frango, peru, carne suína e bovina norte-americanas. Durante o webinar “Perspectivas econômicas para carne e aves em 2025”, realizado em 10 de dezembro pelo Meat Institute, Len Steiner, diretor do Steiner Consulting Group, destacou os riscos dessas medidas para o comércio de proteínas animais.
Riscos Econômicos para as Exportações
Steiner apontou que os EUA são exportadores líquidos de carne de frango e peru, além de manterem um comércio bidirecional de carne suína e serem importadores líquidos de carne bovina. Contudo, tarifas impostas pelo Canadá e México como resposta podem reduzir a demanda por produtos norte-americanos, pressionando os preços.
Ele comparou o impacto potencial a uma situação em que há oferta excedente em um jantar: “Se ninguém quiser o prato extra, o preço cairá substancialmente.”
Setores Mais Impactados
- Frango:
- Peru:
Quase 76% das exportações de peru dos EUA têm como destino o México. Restrições comerciais poderiam prejudicar significativamente essa indústria, que é altamente dependente das exportações. - Carne Suína:
O México é um mercado crucial para a carne suína dos EUA, especialmente para presuntos. Restrições tarifárias podem afetar diretamente essa categoria, enquanto o Canadá, principal exportador de carne suína para os EUA, também poderia sofrer impactos. - Carne Bovina:
Canadá e México são os maiores parceiros comerciais dos EUA no comércio de carne bovina. Alterações na dinâmica tarifária podem causar disrupções nas cadeias produtivas, prejudicando tanto exportações quanto importações.
Consequências Globais
Steiner alertou que políticas protecionistas podem parecer vantajosas no discurso político, mas frequentemente têm “uma longa cauda de consequências não intencionais”. A dependência dos EUA de mercados internacionais para proteínas animais torna o país vulnerável a retaliações, o que poderia beneficiar concorrentes como o Brasil e outros grandes exportadores.
O equilíbrio entre proteção da indústria interna e manutenção de relações comerciais saudáveis será determinante para o futuro das proteínas animais norte-americanas.
Fonte: WATTagnet