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Mercado Externo

Mercado de suínos irlandês projeta lucratividade em 2024, após período de perdas

Mercado de suínos irlandês projeta lucratividade em 2024, após período de perdas

Os criadores de porcos da Irlanda estão otimistas quanto a um ano lucrativo em 2024, sustentado pela manutenção dos preços altos dos suínos. Esse será o segundo ano consecutivo de ganhos, após um período de 20 meses de perdas, que durou de agosto de 2021 a março de 2023. Segundo o relatório “Situation and Outlook” da Teagasc, autoridade irlandesa de desenvolvimento agropecuário, a perda financeira média por fazenda foi de € 522.000 nesse período.

O suporte governamental, por meio do esquema Pig Exceptional Payment Scheme (PEPS), ajudou a evitar a redução no número de porcas reprodutoras. Atualmente, o abate de suínos na Irlanda está estável, embora seja previsto que em 2024 haja 0,5 milhão de cabeças a menos abatidas. O Central Statistics Office estimou recentemente que o abate de suínos entre janeiro e julho de 2024 será de aproximadamente 1,9 milhão de cabeças, um aumento de 0,5% em comparação ao mesmo período de 2023.

Oferta restrita e preços elevados

Em julho de 2024, o preço do suíno irlandês alcançou 2,40 euros por quilo, subindo de € 2,09 em janeiro, devido à oferta limitada de suínos. A Teagasc espera que os preços dos suínos irlandeses e da União Europeia se mantenham altos pelo restante do ano, embora a maior produção na Espanha possa causar uma leve queda nos preços no último trimestre.

Custos de produção em declínio

A boa notícia para os criadores de porcos é que os custos de produção estão caindo. O preço da ração, que representa 72% dos custos totais de criação, está em declínio após os picos de 2022, com a queda de cerca de € 160/tonelada no custo dos cereais. A ração composta para suínos já diminuiu 3% em 2023 e espera-se que caia outros 15% em 2024. Os custos de energia também estão em níveis mais baixos, e a Teagasc estima que o custo médio de produção dos suínos ficará em torno de € 1,90 por quilo.

Produção de carne suína na UE e exportações

O fornecimento de carne suína na União Europeia (UE) se estabilizou após uma queda de 9% nos últimos dois anos. A Espanha, maior produtora da UE, aumentou sua produção de suínos em 1,9% no primeiro trimestre de 2024. Outros grandes produtores europeus, como Dinamarca e Holanda, enfrentam declínios, com quedas de 11% e 3,4%, respectivamente.

O rebanho de porcas da UE deve se manter estável em 2024, após reduções significativas nos anos anteriores. O consumo de carne suína na UE segue em leve queda, com expectativa de cair de 31,8 kg para 30 kg per capita. Além disso, as exportações de carne suína da UE caíram 8% no primeiro trimestre de 2024, com os maiores declínios nos envios para China (-22%), Japão (-16%) e Reino Unido (-3%).

A estabilização dos custos de produção e a manutenção de preços elevados sugerem um cenário promissor para os suinocultores irlandeses em 2024, com ganhos financeiros que devem compensar as perdas passadas.

Referência: Pig Progress