A Organização Mundial da Saúde (OMS) decidiu hoje mudar o nome da gripe iniciada recentemente no México, que vinha sendo erroneamente chamada de “suína”. A partir de hoje, diz a OMS em sua homepage, a gripe se chamará AH1N1.
“Ganhamos a batalha da informação. Agora é vencer o vírus”, reagiu o presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), Pedro de Camargo Neto, que, na última terça-feira, dia 28, endereçou ofício à diretora geral da entidade, Margaret Chan, pedindo a mudança de nome da gripe.
“Trocamos a denominação de gripe suína pela de gripe AH1N1 porque o vírus é cada vez mais humano e tem cada vez menos a ver com o animal”, explicou Dick Thomson, porta-voz da instituição. “Recebemos muitas consultas de associações de animais e produtores questionando o nome e finalmente decidimos trocá-lo”.
ABCS- “Uma grande vitória dos suinocultores de todo o mundo”. Foi com esta frase que o Presidente em exercício da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), Irineu Wessler, reagiu à decisão da Organização Mundial de Saúde (OMS) de mudar o nome da chamada “Gripe Suína” para “Gripe A (H1N1)”. O anúncio foi feito há poucos minutos, em caráter oficial, pelo site da Organização das Nações Unidas (ONU).
Desde segunda-feira, estava caracterizada a injustiça técnica e científica da aplicação do nome “gripe suína”, uma iniciativa da mídia norte-americana, já que a Organização Internacional de Saúde Animal soltou um comunicado, a partir de sua sede em Paris, informando que não existia base técnica e científica para a decisão.
Segundo o porta-voz da OMS, “trocamos a denominação de gripe suína pela de gripe A (H1N1) porque o vírus é cada vez mais humano e cada vez tem menos a ver com o animal”.
Fontes do Ministério da Saúde já sinalizaram para a ABCS que o governo brasileiro deverá seguir prontamente a recomendação da OMS e destacaram que o Ministro José Gomes Temporão tem-se empenhado pessoalmente em ressaltar, diante da mídia, que o consumo da carne suína não tem qualquer tipo de relação com o vírus em questão.
Cadeia Produtiva- Desde sábado, entidades da cadeia produtiva coordenadas pela ABCS vêm se posicionando contrariamente à utilização do antigo nome usado para a gripe. Na opinião do Diretor de Comunicação e Marketing da ABCS, Fernando Barros, a opção adotada anteriormente “era uma agressão técnica tanto do ponto de vista científico, quanto jornalístico, infringindo regras básicas de responsabilidade social em termos de política de comunicação”.
Não obstante, Fernando Barros, citando especialistas do setor, acredita que os membros da cadeia produtiva da suinocultura devem continuar em “alerta total” para trabalhar no sentido de efetivar essa mudança de nome no seio da população. “Sabemos que o estrago é grande e que será difícil reverter a situação: não podemos baixar a guarda, o trabalho está apenas começando”, afirmou o Diretor da ABCS.
O Presidente em exercício da ABCS, Irineu Wessler, informou ainda que está mantendo contato com os presidentes das regionais no sentido de organizar não só um discurso unificado para as lideranças do setor, mas também um plano de ações visando minimizar os incalculáveis prejuízos de imagem já registrados.
*Com informações da assessoria da Abipecs e ABCS.