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Agroindústrias

Pilgrim's quer processar 10% mais nos próximos dois anos

Empresa deve expandir unidades dos EUA e pode reabrir plantas ociosas. Apesar deste objetivo, analistas mostram preocupação com o crescimento da oferta de frango.

A empresa americana do setor de aves Pilgrim’s Pride planeja aumentar em 10% as operações de processamento durante os próximos dois anos. Em 2011 e 2012, o projeto de expansão deve se concentrar nas fábricas que estão ativas atualmente, e não tanto na reabertura das ociosas, de acordo com o executivo-chefe da empresa, Don Jackson. A companhia, controlada pelo grupo brasileiro JBS S.A., é uma das maiores processadoras de carne de frango dos Estados Unidos. “Ainda pretendemos ir em frente com a expansão, mas ela pode não ter uma reabertura”, disse Jackson em conferência realizada após a apresentação dos resultados da empresa.

A maior processadora de frango dos Estados Unidos ainda pretende reabrir a unidade ociosa de Douglas (Geórgia) em janeiro de 2011. Autoridades haviam dito que a empresa deveria reativar duas outras plantas – uma em 2011 e outra em 2012. Mas Jackson declarou hoje que, em vez disso, a companhia pode expandir as unidades já existentes, pois seria mais barato.

Jackson afirmou que a Pilgrim’s pretende alcançar a meta dos 10% independentemente da reabertura ou da expansão de unidades. Esse objetivo surge num momento em que analistas se preocupam com o crescimento da oferta de frango, que pode pesar sobre os preços do produto, enquanto produtores têm de lidar com o aumento das despesas com ração. O executivo avalia que a demanda por alimentos para consumo fora de casa (“food-service”) crescerá 3% em 2011 e ajudará a compensar a pressão da oferta. “Neste ponto não estamos esperando nenhuma redução na produção”, disse.

Vendas para a Rússia

Don Jackson disse que a Rússia deve continuar aceitando frango proveniente dos Estados Unidos no ano que vem, apesar de comentários recentes do governo russo contrários a essa ideia. No início do ano, a Rússia havia proibido a importação de aves dos Estados Unidos por causa do tratamento com cloro. Após meses de negociação e adequação dos métodos sanitários, Moscou voltou a comprar. “Ainda espero que haja importações em 2011”, comentou Jackson. Na semana passada, o primeiro-ministro Vladimir Putin afirmou que no ano que vem e nos seguintes, seu país será praticamente capaz de administrar oferta e demanda sem ter de importar, de acordo com a agência de notícias Interfax. Mas Jackson disse que os relatos sobre as intenções da Rússia são conflitantes. Autoridades russas vêm dizendo com frequência que o país pretende ser autossuficiente em aves ainda nesta década. “Estamos nos posicionando para essa possibilidade”, garantiu Jackson.