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Mercado Externo

Plantio de grãos tem avanço na Argentina

Agricultores não acreditam em novo período de seca. Argentinos já semearam 70% da soja.

Em meio ao sossego da estância La Lucila, no centro agrícola da Argentina, as plantadoras avançam a toda velocidade semeando as sementes de soja. Graças à ótima umidade dos solos, os produtores da região podem acelerar a semeadura para tentar mitigar os efeitos do clima seco que virá com o fenômeno La Niña durante o verão austral, mas que ainda não é motivo de grandes preocupações.

“Começamos a semear a soja na semana passada. Começamos cedo porque as previsões climáticas diziam que as chuvas serão escassas mais para frente”, afirmou Gonzalo Boyero, encarregado da produção da estância, localizada em Pergamino, norte da Província de Buenos Aires. “Hoje [segunda-feira] já plantamos 70% da soja, com boa umidade”, disse ele.

Depois da seca feroz que devastou a produção de soja e milho do país na safra 2008/09, é grande a expectativa no mercado internacional em relação aos reflexos da La Niña nesta temporada 2010/11, ainda que, até o momento, as chuvas estejam acompanhando os trabalhos de cultivo. Além de ser um dos maiores países exportadores de milho do mundo, a Argentina é o terceiro maior exportador de soja e lidera os embarques de derivados da oleaginosa (óleo e farelo).

“Acreditamos que será um ano normal, que a La Niña é moderada e que não haverá seca extrema”, disse Boyero, que explora 3,3 mil hectares em uma das regiões agrícolas mais ricas da Argentina. Na estância La Lucila, onde além de soja são plantados milho e trigo e há engorda de gado bovino, o rendimento das lavouras será um pouco superior à média nacional. No milho, chegará a 9,5 toneladas por hectare; na soja, a 4 toneladas.

Segundo a Bolsa de Cereais de Buenos Aires, o plantio de soja cobriu, até quinta-feira, 13,5% da área prevista para o ciclo 2010/11, que no total deverá atingir 18,7 milhões de hectares no país. No milho, que deverá ocupar 3 milhões de hectares, o percentual chegou a 68,7%. Apesar da relativa tranquilidade climática até agora, as condições em novembro serão decisivas para o milho e a soja.

Segundo o Ministério da Agricultura do país, a produção nacional de soja somará cerca de 52 milhões de toneladas, ante as 52,7 milhões de 2009/10. A de milho, por sua vez, poderá alcançar um novo recorde, projetado pelo governo em 26 milhões de toneladas, ante 22,7 milhões no ciclo anterior. “Estamos bastante otimistas. Os preços estão ajudando e esperamos que o clima acompanhe. Acreditamos que será um bom ano para a agricultura”, disse Boyero.