A reeleição de Donald Trump como o 47º presidente dos Estados Unidos promete mudanças significativas na agricultura, tanto nos EUA quanto globalmente. As decisões da nova administração, como a indicação do Secretário de Agricultura e a desregulamentação do setor, podem beneficiar pequenos produtores, mas também intensificar disputas comerciais com outros países, como o Canadá.
Nomeação de Thomas Massey e impactos nos EUA
Thomas Massey, engenheiro formado pelo MIT e forte defensor de transparência governamental, é o principal cotado para liderar o Departamento de Agricultura (USDA). Ele é defensor do PRIME Act, uma medida que favorece pequenos produtores de carne ao simplificar a regulamentação sobre processamento de alimentos. Essa política, associada ao apoio de Trump a iniciativas como agricultura regenerativa, pode fortalecer pequenos agricultores e oferecer aos consumidores mais opções, como carne de fazenda e leite cru.
No entanto, especialistas alertam para o risco de que grandes corporações aproveitem a desregulamentação e os cortes fiscais para ampliar ainda mais sua competitividade, dificultando a sobrevivência de pequenos produtores.
Redução da burocracia e infraestrutura rural
A agenda de Trump inclui a eliminação de regulamentações agrícolas restabelecidas por Biden, o que deve impulsionar a competitividade dos agricultores americanos. Além disso, a infraestrutura rural pode receber novos investimentos em transporte, banda larga e energia, promovendo maior eficiência e abrindo mercados para produtores.
Pressões sobre o Canadá
Para os agricultores canadenses, as políticas de Trump representam um desafio. O imposto de carbono do Canadá, que deve atingir US$ 95 por tonelada até 2025, eleva os custos de produção, enquanto os agricultores americanos podem aproveitar alívios fiscais e regulamentares.
O comércio entre os dois países pode ser impactado por uma renegociação do NAFTA. Setores sensíveis do Canadá, como frango e laticínios, podem ser alvo de pressão, especialmente considerando o potencial abandono do Projeto de Lei C-282, que protege o gerenciamento de fornecimento.
Relações comerciais com a China
A relação comercial dos EUA com a China sob Trump pode oscilar entre atritos e oportunidades. Embora as tarifas possam prejudicar o comércio agrícola, analistas sugerem que a China pode aumentar suas compras de produtos agrícolas americanos no curto prazo. Ainda assim, a China tem diversificado suas importações, comprando mais grãos, carne suína e bovina de países como o Brasil e o Canadá, o que pode limitar os ganhos para os agricultores americanos.
Perspectivas para o dólar e o mercado global
A valorização do dólar americano pode encarecer os grãos dos EUA no mercado externo, prejudicando exportações cruciais como soja. Além disso, tensões comerciais com a China e outros mercados podem pressionar os preços agrícolas.
Conclusão
As mudanças propostas por Trump podem beneficiar pequenos agricultores e promover inovações no setor, mas também podem aumentar a competição e gerar tensões comerciais. Países como o Canadá, com custos mais altos de produção, podem enfrentar dificuldades adicionais para competir com os EUA em um cenário de maior desregulamentação e incentivos fiscais. O impacto no mercado global de alimentos dependerá de como essas políticas se desenrolarão nos próximos anos.