A Rússia aprovou as importações de carne suína de cinco frigoríficos chineses na última semana, mas a expectativa é que isto não interfira na crescente demanda dos russos pela carne suína brasileira nos próximos meses.
Duas subsidiárias da multinacional chinesa Shuanghui Group estão entre os cinco frigoríficos aprovados, de acordo com o Rosselkhoznadzor, a autoridade de inspeção de segurança alimentar na Rússia.
A aprovação sinaliza um esforço contínuo da Rússia para atender à demanda local de proteína, mesmo depois de aprovar cerca de cem plantas de processamento de carne do Brasil no início de agosto, após o anúncio do governo russo de um embargo de um ano sobre carnes e outros alimentos da Europa, dos Estados Unidos e de outros países.
A aprovação de suprimentos de carne suína da China provavelmente não substitui demanda por carne suína de processadores no Brasil. A história da China com casos de gripe suína já havia feito a Rússia hesitar em aprovar suas plantas no passado, portanto, é pouco provável que o produto chinês vá se tornar a opção dominante de importação do governo russo.
O Brasil já é o maior fornecedor de carne suína e bovina para a Rússia. O potencial para aumentos de preços em ambos os segmentos de proteína no Brasil é forte por causa da disponibilidade limitada durante o resto do ano.
A Rússia representou 34,4% do total das exportações brasileiras de carne suína em agosto, com 14,5 mil toneladas embarcadas, 16,2% a mais do que em agosto de 2013. Em receita, as exportações para a Rússia totalizaram US$ 70,7 milhões, um aumento de 82,5% na comparação com o mesmo mês do ano anterior.
Havia a expectativa de que esses números de exportação aumentassem ao longo de setembro, uma vez que os processadores de carne suína aprovados no início de agosto tiveram a primeira oportunidade de vender para a Rússia, disse Rui Vargas, vice-presidente de Suínos na Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), em meados de setembro.